Espanha
Espanha, oficialmente Reino de/da Espanha (Reino de España), é um país principalmente localizado na Península Ibérica na Europa. Seu território também inclui dois arquipélagos: as ilhas Canárias, na costa da África, e as ilhas Baleares, no mar Mediterrâneo. Os enclaves africanos de Ceuta e Melilla fazem da Espanha o único país europeu a ter uma fronteira terrestre com um país africano (Marrocos). Várias pequenas ilhas no mar de Alborão também fazem parte do território espanhol. A Espanha continental é limitada a sul e a leste pelo Mediterrâneo, exceto por uma pequena fronteira terrestre com Gibraltar; a norte e a nordeste pela França, por Andorra e pelo Golfo da Biscaia; e a oeste e noroeste por Portugal e pelo Oceano Atlântico. Com uma área de 505 990 quilômetros quadrados, a Espanha é o maior país da Europa Meridional, o segundo maior país da Europa Ocidental e da União Europeia (UE) e o quarto maior país de todo o continente europeu. Também é o sexto país mais populoso da Europa e o quarto da UE. A capital e maior cidade é Madri; outras grandes áreas urbanas incluem Barcelona, Valência, Sevilha, Málaga, Bilbau e Granada
Espanha, oficialmente Reino de Espanha ou Reino da Espanha (Reino de España), é um país principalmente localizado na Península Ibérica na Europa. Seu território também inclui dois arquipélagos: as ilhas Canárias, na costa da África, e as ilhas Baleares, no mar Mediterrâneo. Os enclaves africanos de Ceuta e Melilla fazem da Espanha o único país europeu a ter uma fronteira terrestre com um país africano (Marrocos). Várias pequenas ilhas no mar de Alborão também fazem parte do território espanhol. A Espanha continental é limitada a sul e a leste pelo Mediterrâneo, exceto por uma pequena fronteira terrestre com Gibraltar; a norte e a nordeste pela França, por Andorra e pelo Golfo da Biscaia; e a oeste e noroeste por Portugal e pelo Oceano Atlântico. Com uma área de 505 990 quilômetros quadrados, a Espanha é o maior país da Europa Meridional, o segundo maior país da Europa Ocidental e da União Europeia (UE) e o quarto maior país de todo o continente europeu. Também é o sexto país mais populoso da Europa e o quarto da UE. A capital e maior cidade é Madri; outras grandes áreas urbanas incluem Barcelona, Valência, Sevilha, Málaga, Bilbao e Granada.
Os humanos modernos chegaram pela primeira vez na Península Ibérica há cerca de 35 mil anos. As culturas ibéricas, juntamente com antigos povoamentos fenícios, gregos, celtas e cartagineses, desenvolveram-se na península até o início do domínio romano por volta de 200 a.C., quando a região era denominada Hispânia, baseada no antigo nome fenício Spania. Com o colapso do Império Romano do Ocidente, confederações tribais germânicas migraram da Europa Central, invadiram a Península Ibérica e estabeleceram reinos relativamente independentes em suas províncias ocidentais, incluindo os suevos, alanos e vândalos. No final do século VI, os visigodos tinham integrado à força todos os territórios independentes remanescentes na península ao Reino de Toledo, incluindo as províncias bizantinas, o que de certa maneira unificou politicamente, eclesiasticamente e juridicamente todas as antigas províncias romanas ou reinos sucessores da antiga Hispânia.
No início do século VIII, o Reino Visigótico caiu diante dos mouros, que chegaram a governar a maior parte da península no ano de 726 (com duração de até sete séculos no Reino de Granada), deixando apenas um punhado de pequenos reinos cristãos no norte. Isto levou a muitas guerras durante um longo período, o que culminou na criação dos reinos de Leão, Castela, Aragão e Navarra, que se tornaram as principais forças cristãs contra os muçulmanos. Após a conquista mourisca, os europeus iniciaram um processo gradual de retomada da região conhecida como “Reconquista”, que no final do século XV fez com que a Espanha surgisse como um país unificado sob o domínio dos Reis Católicos. No início da Era Moderna, a nação tornou-se o primeiro império mundial da história e o país mais poderoso do mundo, deixando um grande legado cultural e linguístico que inclui mais de 570 milhões de hispanófonos ao redor do mundo, o que tornou o espanhol a segunda língua mais falada no mundo, depois da língua chinesa. Durante o Século de Ouro Espanhol (séculos XVI e XVII) também houve muitos avanços nas artes, com pintores mundialmente famosos, como Diego Velázquez. A mais famosa obra literária espanhola, Dom Quixote, também foi publicada durante este período. O país abriga o terceiro maior número de sítios classificados como Patrimônio Mundial pela UNESCO.
A Espanha é uma democracia parlamentar secular e uma monarquia constitucional, sendo que o rei Filipe VI serve como chefe de Estado. É um dos principais países desenvolvidos e um país de alta renda, com a 14.ª maior economia do mundo por PIB nominal e a 16.ª maior por paridade do poder de compra. É membro das Nações Unidas (ONU), União Europeia (UE), Zona Euro, Conselho da Europa (CoE), Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI), União para o Mediterrâneo, Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), o Espaço Schengen, a Organização Mundial do Comércio (OMC) e muitas outros organismos internacionais. Embora não seja um membro oficial, a Espanha também é um “convidado permanente” das cúpulas do G20, participando de todos os encontros do grupo.
O nome Espanha deriva de Hispânia, nome com o qual os romanos designavam geograficamente a Península Ibérica. O nome Ibéria era o que os gregos davam à Península embora houvesse outras designações dadas pelos povos antigos. O facto do termo Hispânia não ter uma raiz latina resultou na formulação de diversas teorias sobre a sua origem, algumas controversas. A opção mais consensual seria a de que o nome Hispânia provém do fenício i-spn-ea. Os romanos tomaram essa denominação dos vencidos cartaginenses, interpretando o prefixo i como costa, ilha ou terra, e o sufixo ea com o significado de região. O lexema spn foi traduzido como coelhos (na realidade dassies, animais comuns no norte da África).
O nome de Espanha, evolução da designação do Império Romano Hispânia era, até ao século XVIII, apenas descritivo da Península Ibérica, não se referindo a um país ou Estado específico, mas sim ao conjunto de todo o território ibérico e dos países que nele se incluíam. A Espanha é unificada durante o Iluminismo, até então era um conjunto de reinos juridicamente e politicamente independentes governados pela mesma monarquia. Até à data da unificação a monarquia era formada por um conjunto de reinos associados por herança e união dinástica ou por conquista. A forma de governo era conhecida como aeque principaliter, os reinos eram governados cada um de forma independente, como se tivesse cada reino o seu próprio rei, cada reino mantinha o seu próprio sistema legal, a sua língua, os seus foros e os seus privilégios. As Leyes de extranjeria determinavam que o natural de qualquer um dos reinos era estrangeiro em todos os outros reinos ibéricos. A constituição de 1812 adota o nome As Espanhas para a nova nação. A constituição de 1876 adota pela primeira vez o nome Espanha.
Os termos “as Espanhas” e “Espanha” não eram equivalentes, e eram usados com muita precisão. O termo As Espanhas referia-se a um conjunto de unidades jurídico-políticas, ou seja, referia-se a um conjunto de reinos independentes, primeiramente apenas aos reinos cristãos da Península Ibérica, depois apenas aos reinos unidos sobre a mesma monarquia. O termo Espanha referia-se a um espaço geográfico e cultural que englobava diversos reinos independentes. A partir de Carlos V o uso do título Rei das Espanhas, referia-se à parte da Espanha que não incluía Portugal, mas esta designação era apenas uma forma de designar coletivamente um extenso número de reinos, uma abreviação, que não tinha validade jurídica, para uma longa lista de títulos reais cuja forma oficial era rei de Castela, de Leão, de Aragão, de Navarra, de Granada, de Toledo, de Valência, da Galiza, de Maiorca, de Menorca, de Sevilha, etc. (da mesma forma utilizou-se do título Sua Majestade Lusitana para o rei de Portugal, ou rei Lusitano).
O uso do da designação de “reis de Espanha” pelos reis Fernando e Isabel foi considerado uma ofensa pelo rei de Portugal que considerava que o nome designava a Península. A última vez que Portugal protestou oficialmente o uso do termo “coroa de Espanha” ou “monarquia de Espanha” pelo governo de Madrid foi, supõe-se, durante o Tratado de Utrecht em 1714.
Atualmente o nome “Península Hispânica” não é aceito pelos portugueses, sendo que a designação usada é a de Península Ibérica. A partir de 1640, com a Restauração da Independência de Portugal, a designação “Rei da Espanha” manteve-se, apesar de a união dinástica já não englobar toda a Península.
Situada na Europa Ocidental, a Espanha ocupa a maior parte da Península Ibérica e, fora dela, dois arquipélagos principais (ilhas Canárias no oceano Atlântico e as ilhas Baleares no mar Mediterrâneo), duas cidades (Ceuta e Melilla, no Norte da África), a ilha de Alborão e uma série de ilha e ilhotas que se encontram frente às costas peninsulares, como as ilhas Columbretes. Ademais, consta de possessões menores continentais, como as ilhas Chafarinas, o ilhote de Vélez de la Gomera e a ilhota de Alhucemas, todas elas frente à costa africana.
Em extensão territorial, é o quarto maior país da Europa, atrás apenas da Rússia (que é o maior país do mundo, tendo em conta apenas a parte europeia), Ucrânia e França, e o segundo maior da União Europeia, atrás apenas da França. Os limites físicos da Espanha são os seguintes: Portugal e o oceano Atlântico a oeste; o mar Mediterrâneo a leste; o Estreito de Gibraltar, mar Mediterrâneo e oceano Atlântico a sul; os Pirenéus a nordeste e o golfo da Biscaia e o mar Cantábrico a norte.
Geomorfologia e hidrografia
A metade oeste inteira da Península Ibérica, exceto a extremidade meridional, é constituída de rochas velhas (hercínicas); os geólogos costumam se referir a esse Maciço Hespérico com o nome de Meseta Central. A palavra meseta igualmente é utilizada por geógrafos e como topônimo local para denominar o relevo que domina o centro da Península Ibérica. Os Pireneus, uma porção dos Alpes europeus, constituem uma grande cordilheira que vai entre o Mediterrâneo e o Golfo da Biscaia, há 430 km de distância. Muitas serras tendendo de noroeste a sudeste constituem a Cordilheira Ibérica, a qual divide a depressão do Ebro da Meseta e se eleva mais com o pico de Moncayo, há 2 313 metros.
A Península Ibérica tem muitos riachos, três dos quais se encontram dentre os maiores do continente europeu: o Tejo, com 1 007 km de extensão, o Ebro, com 909 km, e o Douro, com 895 km. O Guadiana e o Guadalquivir possuem 818 km e 657 km, respectivamente. O Tejo, da mesma forma que o Douro e o Guadiana, vem para o Oceano Atlântico em território português. Na verdade, todos os mais importantes rios espanhóis, com exceção do Ebro, correm para o Atlântico. A rede fluvial na porção mediterrânea da bacia hidrográfica tem pouco desenvolvimento em contraste com os sistemas do Atlântico, em parte uma vez que desce nas porções menos úmidas na opinião dos climatólogos especializados em Espanha. Entretanto, os rios ibéricos, em sua quase totalidade, possuem reduzido volume por ano, irregularidade nos regimes, vales com grande profundidade e até desfiladeiros. As cheias são continuamente um perigo potencializado.
A erosão do solo, que resulta do bioma degradado ao longo de 3 mil anos, tinha criado áreas que reduziram o revestimento da terra, formando de aluviões para o lado em que rio desce e, ultimamente, obras de irrigação e barragens assoreavam outras regiões. Uma das piores questões ambientais da Espanha atualmente constitui o perigo da desertificação, do empobrecimento de ecossistemas áridos, semiáridos e ainda úmidos provocados pela ação conjunta das atividades do homem e da estiagem. Quase 50% de Espanha são atingidas de maneira equilibrada ou severa por secas, principalmente no leste arenoso (Almeria, Múrcia), assim como em boa parte de Espanha sub-árida (bacia do Ebro). Políticas de florestação foram adotadas pelo poder executivo, no entanto, certas autoridades creem que a vegetação que cresce naturalmente teria trazido maior permanência de benefícios.
Clima
A Espanha se caracteriza por uma divisão climática sobreposta entre zonas úmidas, semi áridas, áridas, oceânicas, continentais e temperadas. Essa complexidade é resultado da dimensão da península, que é suficientemente extensa para produzir um regime térmico bastante variado, assim como pela proximidade com o Oceano Atlântico e o Norte da África, o que expõe o país a influências do mar e do Saara.
Os Pireneus e as cadeias de montanhas da Cantábria exercem uma função fundamental no clima da Espanha, ao manter as massas de ar subtropicais na Espanha nos meses de verão. Geralmente, os ventos ocidentais do Atlântico Norte dominam a maioria do ano, ao passo que a massa de ar cálida e seca do Saara sopra fortemente de maneira menos frequente. A Espanha setentrional, entre a Galiza e a Catalunha, se caracteriza por um clima temperado marítimo ou úmido.
O clima do restante da península é mediterrâneo com tendências continentais. O clima dos vales do Guadalquivir e do Ebro igualmente é continental, o Guadalquivir mais frio e mais seco e o Ebro mais úmido e mais quente. As comunidades autônomas catalã, valenciana e baleárica têm um clima mais temperado, muito mais chuvoso na Catalunha, ao passo que o clima das Canárias é atlântico subtropical.
A Espanha é um país especialmente afetado pelo fenômeno da seca: durante o período 1880–2000, mais da metade dos anos foram classificados como secos ou muito secos. Sete anos da década dos 1980 e cinco da década de 1990 foram considerados secos ou muito secos. As mudanças climáticas devem trazer graves problemas ambientais, agravando as características mais extremas do clima local.
Meio ambiente
A vegetação natural cobre quase 50% metade do território espanhol, entretanto, somente uma pequena parte (em boa parte limitado às montanhas) se classifica como floresta densa. A região setentrional tem florestas decíduas (carvalho, faia) e charnecas. A vegetação do restante do território espanhol é mediterrânea, que se caracteriza por carvalho-verde (Quercus ilex) e demais plantas que resistem aos períodos de seca.
A proximidade da África com a Espanha forneceu ao país mais espécies de animais silvestres africanas que as que se encontram nas demais penínsulas do Mediterrâneo, ao passo que a cordilheira dos Pireneus e a extensão da nação motivam a quantidade de espécies endêmicas. O lobo europeu e o urso marrom costumam sobreviver nas pequenas regiões silvestres da parte nordeste. O gamo, o íbex (cabra-selvagem), o veado-vermelho e o javali costumam ser frequentes. Cerca de 50% das espécies de aves europeias se encontram no Parque Nacional de Doñana, na desembocadura do Guadalquivir; a águia-imperial-ibérica e demais aves de grande porte, como o urubu e diversas variações de faisão, são endêmicas dos Pireneus. A Espanha meridional e a África setentrional também são invadidas periodicamente pelos gafanhotos-do-deserto.
As águas do país abrigam diversos peixes e mariscos, principalmente na região em que o Atlântico e o Mediterrâneo se encontram (o Mar de Alborán). Espécies como salmonete, cavala, atum, polvo, peixe-espada, sardinha (Sardinia pilchardus) e anchova (Engraulis encrasicholus) são comuns. Dentre as espécies demersais (de fundo) estão pescada e badejo. As águas de Espanha sul-oriental são habitadas pelo golfinho-riscado, por baleias e pelo Golfinho-roaz.
Desde 1996 o índice de emissões de CO₂ subiu notavelmente em Espanha, descumprindo os objetivos do Protocolo de Quioto sobre emissões geradoras do efeito estufa e contribuintes da mudança climática. Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU, pediu a Espanha uma “liderança mais ativa” na luta contra a mudança climática. Segundo Al Gore, Espanha é o país europeu mais vulnerável ao efeito estufa.
Em 2019, a população de Espanha oficialmente alcançou os 47 milhões de pessoas, conforme registrado pelo Padrón municipal. A densidade populacional do país, em 91 hab./km², é menor do que a da maioria dos países da Europa Ocidental e sua distribuição através do país é bastante desigual. Com exceção da região do entorno da capital, Madrid, as áreas mais povoadas ficam em torno da costa. A população da Espanha mais que dobrou desde 1900, quando se situava em 18,6 milhões, principalmente devido ao espetacular crescimento demográfico vivido pelo país na década de 1960 e início de 1970.
A Espanha é o país mais tolerante em relação à homossexualidade em todo o mundo. Apenas 6% dos espanhóis dizem que a homossexualidade é “moralmente inaceitável”, ao passo que 55% a consideram “moralmente aceitável” e 38% dizem que a homossexualidade “não é uma questão moral”. Desde 2004 o casamento entre pessoas do mesmo sexo na Espanha é legal.
Composição étnica
Os espanhóis nativos compõem 88% da população total da Espanha. Depois da taxa de natalidade ter caído na década de 1980, a taxa de crescimento populacional da Espanha diminuiu, mas a população novamente cresceu baseada inicialmente no regresso de muitos espanhóis que emigraram para outros países europeus durante os anos 1970 e, mais recentemente, alimentada por um grande número de imigrantes que constituem 12% da população. Os imigrantes são originários principalmente na América Latina (39%), Norte da África (16%), Europa Oriental (15%) e África subsaariana (4%).
Em 2008, o país concedeu a cidadania a 84 170 pessoas, principalmente para pessoas vindas do Equador, Colômbia e Marrocos. Uma parte considerável dos residentes estrangeiros na Espanha também vêm de outros países da Europa Ocidental e Central. Estes são em sua maioria britânicos, franceses, alemães, holandeses e noruegueses. Eles residem principalmente na costa do Mediterrâneo e nas ilhas Baleares, onde muitos escolhem para viver sua aposentadoria.
Populações substanciais descendentes de colonos espanhóis e imigrantes existem em outras partes do mundo, com destaque para a América Latina. Começando no final do século XV, um grande número de colonos ibéricos estabeleceu-se no que se tornou a América Latina e no momento a maior parte dos latino-americanos brancos (que representam cerca de um terço da população da América Latina) são de origem espanhola ou portuguesa. No século XVI, estima-se que 240 mil espanhóis emigraram, principalmente para Peru e México. A eles se juntaram 450 mil que migraram no século seguinte. Entre 1846 e 1932 estima-se que cerca de 5 milhões de espanhóis emigraram para a América, especialmente para Argentina, Cuba e Brasil Cerca de dois milhões de espanhóis imigraram para outros países da Europa Ocidental entre 1960 e 1975. Durante o mesmo período, cerca de 300 mil foram para a América Latina.
Imigração e migração
Os movimentos migratórios, tanto internos quanto externos, foram determinantes na composição demográfica moderna da Espanha. Entre o final do século XIX e início do século XX, houve uma significativa corrente imigratória da Espanha para países ibero-americanos. Entre os principais destinos estavam Argentina, Cuba e Brasil. A densidade populacional da Espanha é menor que a da maioria dos países europeus. As populações rurais estão se movendo para as cidades. Nos últimos anos a Espanha apresentou uma considerável diminuição na taxa de imigração neta, deixando de possuir a maior taxa de imigração da Europa (em 2005 de 1,5% anual somente superado na UE pelo Chipre) atualmente sua taxa de imigração neta chega a 0,99%, ocupando a 15ª posição na União Europeia. Além disso, é o 9° país com maior porcentagem de imigrantes dentro da UE, abaixo de países como Luxemburgo, Irlanda, Áustria e Alemanha.
Em 2005 a Espanha recebeu 38,6% da imigração para a União Europeia, principalmente de cidadãos de origem latino-americana, de outros países da Europa Ocidental, da Europa Oriental e do Magrebe. A população estrangeira na Espanha em 2007 cifrou-se em 4 144 166, um incremento de 11,1% em relação ao ano anterior. Este valor representa 9,3% dos 44 708 964 habitantes na Espanha.
Cidades mais populosas
Idiomas
A Espanha é abertamente um país multilíngue. O idioma oficial é o mais falado no conjunto da Espanha, por 98,9% da população, é o castelhano, língua materna de 89% dos espanhóis, que pode receber a denominação alternativa de espanhol. A estimativa do seu número de falantes em todo o mundo vai desde os 450 a 500 milhões de pessoas, sendo a segunda língua materna mais falada depois do chinês. Há previsões que se torne a segunda língua de comunicação internacional depois do inglês no futuro, e, após este, é a segunda língua mais estudada.
A Constituição Espanhola reconhece a riqueza linguística de Espanha como património cultural sujeito a especial respeito e proteção, e declara que o “resto de línguas espanholas” são oficiais nas comunidades autónomas segundo os seus estatutos de autonomia, apesar de ser apenas um dever e obrigação o conhecimento do castelhano.
Na Espanha, gozam da mesma proteção que o idioma espanhol as seguintes línguas: catalão (entre 9% e 17% da população); galego (entre 5% e 7% da população); basco (1% da população); asturo-leonês; aragonês; occitano; português; tarifit (em Melilha); e árabe (em Ceuta e Melilha). A Espanha ratificou em 9 de abril de 2001 a Carta Europeia das Línguas Regionais ou Minoritárias do Conselho Europeu.
Religião
O artigo 16.3 da constituição espanhola vigente define o país como um Estado sem confissão: ‘‘Nenhuma confissão terá caráter estatal‘‘. Porém, é garantida a liberdade religiosa e de culto dos indivíduos e é assegurada uma relação de cooperação entre os poderes públicos e todas as confissões religiosas. De acordo com o Centro de Investigações Sociológicas, o centro estatal espanhol de estatística, no seu estudo de julho de 2019, cerca de 67,4% dos espanhóis classificam-se como católicos romanos, embora apenas 22,7% seja praticante. Por outro lado os ateus ou não religiosos somam 21,6%, e os agnósticos chegam a 7,5%. Os aderentes de outras religiões (incluindo islamismo, protestantismo, budismo etc.), cerca de 2%.
De acordo com pesquisa de 2010 do Eurobarometer, 59% da população espanhola acredita na existência de algum deus. 20% dos espanhóis acreditam na existência de algum tipo de espírito ou força vital, ao passo que 19% não acredita que exista qualquer tipo de espírito, deus, ou força vital.
A maioria dos espanhóis não frequentam templos religiosos regularmente. O estudo apontou que, dos espanhóis que se dizem religiosos, 61% raramente frequenta a missa, 14% frequenta a missa algumas vezes ao ano, 10% algumas vezes ao mês e 14% todos os domingos ou várias vezes na semana. Embora uma maioria dos espanhóis seja católica, a maior parte, especialmente os jovens, ignora as doutrinas morais conservadoras em assuntos como sexo antes do casamento, orientação sexual e métodos contraceptivos.
A segunda religião em número de membros é a muçulmana. Calcula-se que há cerca de 800 mil fiéis, vindos fundamentalmente das recentes ondas de imigração. Há também um número crescente de igrejas protestantes, que somam cerca de 400 mil fiéis (a estatística própria dos protestantes em Espanha indica 1,2 milhões, dos quais 400 mil são espanhóis e o resto são estrangeiros que residem na Espanha durante pelo menos seis meses ao ano).
Governo
A Espanha é uma monarquia parlamentarista, com um monarca hereditário que exerce como Chefe de Estado – o Rei da Espanha, e um parlamento bi-cameral, as Cortes Generales. O poder executivo é formado por um Conselho de Ministros presidido pelo Presidente do Governo, que exerce como Chefe de Governo, e o poder judicial está formado pelo conjunto de Juizados e Tribunais, integrado por Juízes e Magistrados, que têm a potestade de administrar justiça em nome do Rei. O poder legislativo se estabelece nas Cortes Gerais, que é o órgão supremo de representação do povo espanhol. As Cortes Gerais são compostas de uma câmara baixa, o Congresso dos Deputados, e uma câmara alta, o Senado.
O Congresso dos Deputados é formado por 350 membros eleitos por votação popular, em listas fechadas e através de representação proporcional mediante circunscrições provinciais, para servir em legislaturas de quatro anos. O sistema não é absolutamente proporcional, já que existe um número mínimo de cadeiras por circunscrição (3) e se usa um sistema proporcional levemente corrigido para favorecer as listas majoritárias (o Sistema d’Hondt).
O Senado possui 259 membros, dos quais 208 são eleitos diretamente mediante voto popular, por circunscrições provinciais, em cada uma das quais se elegem 4 senadores, seguindo um sistema majoritário (3 para a lista majoritária, 1 para a seguinte), exceto nas ilhas Baleares e nas ilhas Canárias, onde cada circunscrição é uma ilha. Os outros 51 são designados pelos órgãos regionais para servir, também, por períodos de quatro anos. No dia 2 de junho de 2014, o rei Juan Carlos I abdicou do trono a favor do seu filho, que tornou-se o rei Filipe VI. Foi a primeira vez em mais de cinquenta anos que um rei abdica do trono na Espanha.
Relações internacionais
Após o retorno da democracia após a morte de Franco em 1975, as prioridades da política externa da Espanha foram romper o isolamento diplomático dos anos da ditadura franquista e expandir as relações diplomáticas, entrar na Comunidade Europeia e definir as relações de segurança com o Ocidente. A Espanha manteve relações especiais com a América hispânica e as Filipinas. Sua política enfatiza o conceito de comunidade ibero-americana, essencialmente a renovação do conceito de “hispanismo”, que procura vincular a Península Ibérica à América hispânica através da linguagem, comércio, história e cultura. É fundamentalmente “baseado em valores compartilhados e na recuperação da democracia”.
Reivindicações territoriais
A Espanha reivindica Gibraltar, um território britânico ultramarino de 6 quilômetros quadrados, na parte mais meridional da Península Ibérica. Então uma cidade espanhola, foi conquistada por uma força anglo-holandesa em 1704 durante a Guerra da Sucessão Espanhola em nome do Arquiduque Carlos, pretendente do trono espanhol. A situação jurídica relativa a Gibraltar foi resolvida em 1713 pelo Tratado de Utrecht, no qual a Espanha cedeu o território perpetuamente à Coroa britânica, afirmando que, se os britânicos abandonassem o local, ele seria oferecido à Espanha em primeiro lugar. Desde a década de 1940, a Espanha pediu o retorno de Gibraltar. A esmagadora maioria dos gibraltinos se opõe fortemente a isso, assim como rejeitam qualquer proposta de soberania compartilhada. As resoluções da ONU apelam ao Reino Unido e à Espanha para chegarem a um acordo sobre o estatuto de Gibraltar.
Outra reivindicação da Espanha é sobre as ilhas Selvagens, uma reivindicação não reconhecida por Portugal. A Espanha afirma que são rochas e não ilhas, alegando que não há águas territoriais portuguesas em torno das ilhas em disputa. Em 5 de julho de 2013, a Espanha enviou uma carta à ONU que expressava esses pontos de vista.
Forças armadas
As forças armadas da Espanha tem como comandante-em-chefe o rei da Espanha, Felipe VI. Elas são responsáveis por garantir a soberania e independência da Espanha, defensora de sua integridade territorial e da ordem constitucional, de acordo com as funções confiadas na Constituição de 1978. São formações: Exército, Força Aérea, Armada Espanhola, Guarda Real e Unidade Militar de Emergência, bem como o chamado Corpo Comum.
As forças armadas espanholas são uma força profissional com 121 900 funcionários ativos e 4 770 na reserva. O país também possui a Guarda Civil de 77 mil soldados, que está sob o controle do Ministério da Defesa em tempos de emergência nacional. O orçamento da defesa espanhola é de cerca de 5,7 bilhões de euros (2015).
O Exército Espanhol consiste em 15 brigadas ativas e 6 regiões militares. A infantaria moderna possui diversas capacidades e isso se reflete nos diversos papéis que lhes são atribuídos. Existem quatro papéis operacionais que os batalhões de infantaria podem cumprir: assalto aéreo, infantaria blindada, infantaria mecanizada e infantaria leve.
O atual navio-chefe da Marinha Espanhola é o navio de assalto anfíbio Juan Carlos I, que também é usado como porta-aviões. Além disso, a frota é composta por: 2 docas de transporte anfíbio, 11 fragatas, 3 submarinos, 6 embarcações de contramedidas para minas, 23 embarcações de patrulha e vários navios auxiliares. O deslocamento total da Marinha Espanhola é de aproximadamente 220 mil toneladas. Em 2012, a Armada contava com 20 838 funcionários.
A Espanha possui dez esquadrões de caça, cada um com 18 a 24 aviões. A força aérea também possui 15 bases aéreas operacionais em todo o país e mantém cerca de 450 aeronaves no total, das quais cerca de 130 são aeronaves de combate, incluindo vários Eurofighter Typhoons.
A Espanha pertence à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) desde 1982. A decisão foi ratificada em um referendo em 1986 pelo povo espanhol. As condições foram a redução das bases militares norte-americanas, nenhuma integração da Espanha na estrutura militar da OTAN e a proibição de introduzir armas nucleares no território espanhol.
Subdivisões
Desde a Constituição de 1978 que a Espanha está dividida em 17 comunidades autônomas e as duas cidades autônomas de Ceuta e Melilla, gozando status de estatuto intermediário entre o município e a Comunidade. Das 17 comunidades autônomas, oito delas (Galiza, País Basco, Andaluzia, ilhas Canárias, Catalunha, Aragão, Comunidade Valenciana e ilhas Baleares) possuem condição de “Nacionalidades Históricas” reconhecidas na Constituição, juntamente com um “Estatuto de autonomia”, o que reverte num maior poder e capacidade de decisão e soberania com respeito às outras comunidades.
Estado das Autonomias
A Espanha é na atualidade o que se denomina um “Estado de Autonomias”, um país formalmente unitário, mas que funciona como uma federação descentralizada de comunidades autônomas, cada uma delas com diferentes níveis de autonomia. As diferenças dentro deste sistema são provocadas pelo processo de transferência de responsabilidades do governo central para as regiões foi pensado em um princípio como um processo, que garantisse um maior grau de autonomia somente àquelas comunidades que buscavam um tipo de relação mais federalista com o resto da Espanha (as chamadas comunidades autônomas de regime especial: Andaluzia, ilhas Canárias, Catalunha, Aragão, Comunidade Valenciana, ilhas Baleares, Galiza e País Basco). Por outro lado, o resto de comunidades autônomas (comunidades autônomas de regime comum) teria uma menor autonomia. Porém, estava previsto que ao longo dos anos, estas comunidades fossem adquirindo gradativamente maior autonomia.
Hoje em dia, a Espanha está considerada como um dos países europeus mais descentralizados, pois todos os seus diferentes territórios administram de forma local seus sistemas de saúde e educativos, assim como alguns aspetos do orçamento público; alguns deles, como o País Basco e Navarra, administram seu orçamento sem praticamente contar, excetuado em alguns aspetos, com a supervisão do governo central espanhol. Catalunha, Navarra e o País Basco possuem suas próprias polícias totalmente operativas e completamente autônomas. Excetuando Navarra (cuja polícia se chama Policía Foral de Navarra), tanto a polícia da Catalunha (Mossos d’Esquadra) como a polícia do País Basco (Ertzaintza) substituem as funções da Polícia Nacional da Espanha em seus respectivos territórios. Navarra ainda está em processo de transferência de funções. Movimentos separatistas
Existem na Espanha diversos movimentos políticos de posição separatista, ligados a nacionalismos periféricos, como o nacionalismo basco, o nacionalismo galego, o nacionalismo catalão, que reclamam a independência da Espanha dos territórios em que são ativos.
Estes movimentos acontecem na Catalunha, Galiza, Navarra e no País Basco, onde existem partidos explicitamente separatistas como a “União do Povo Galego” (UPG), “Esquerda Republicana da Catalunha”, “Aralar”, o “Eusko Alkartasuna”, assim como os seguidores da chamada “esquerda abertzale” que não se desvinculam do ETA (sua última denominação formal é Batasuna, partido ilegalizado na Espanha, mas legal em França). Por outro lado, partidos como o “Bloco Nacionalista Galego” (BNG), “Partido Nacionalista Basco” (PNV) e “Convergència i Unió” (CiU) oscilam entre posturas autonomistas e abertamente separatistas.
A economia mista capitalista da Espanha é a décima sexta maior economia do mundo em PIB (PPC), a décima quarta maior por PIB nominal e a quinta maior na União Europeia, bem como a quarta maior da Zona Euro. O país é também o terceiro maior investidor do mundo.
Nas exportações, em 2020, o país foi o 16º maior do mundo (US$ 337,2 bilhões em mercadorias, 1,8% do total mundial, ou US$ 486 bilhões se considerarmos bens e serviços exportados). Em 2019, foi o 14º maior importador do mundo, com o valor de US$ 375,4 bilhões. A Espanha tinha a 14ª indústria mais valiosa do mundo em 2019 (US$ 155,4 bilhões), de acordo com o Banco Mundial.
O governo de centro-direita do ex-primeiro-ministro José María Aznar teve sucesso ao ser admitido no grupo de países que lançaram o euro em 1999. A taxa de desemprego situou-se em 7,6% em outubro de 2006, uma taxa que comparavelmente favorável a de muitos outros países europeus e especialmente com o início dos anos 1990 quando se situava em mais de 20%. Os pontos fracos perenes da economia espanhola incluem alta inflação, uma grande economia informal e um sistema educativo que os relatórios da OCDE classificam entre os piores entre os países desenvolvidos, em conjunto com os Estados Unidos e o Reino Unido.
No entanto, a bolha imobiliária que começou a se formar a partir de 1997, alimentada por taxas de juros historicamente baixas e uma onda imensa de imigração, implodiu em 2008 e levou a economia a um rápido enfraquecimento e a um aumento do desemprego. Até o final de maio de 2009, o desemprego atingiu 18,7% (37% para os jovens).
Antes da atual crise, a economia espanhola era creditada por ter evitado uma taxa de crescimento virtual zero como alguns de seus maiores parceiros na União Europeia apresentaram. Na verdade, a economia do país criou mais de metade de todos os novos postos de trabalho na União Europeia durante cinco anos até 2005, um processo que está sendo rapidamente revertido. A economia espanhola, até há pouco tempo, era considerada uma das mais dinâmicas da União Europeia, atraindo uma quantidade significativa de investimentos estrangeiros. O crescimento econômico mais recente foi grandemente beneficiado pelo boom imobiliário mundial, com o setor de construção civil representando surpreendentes 16% do PIB do país e 12% dos empregos no seu último ano.
Segundo cálculos do jornal alemão Die Welt, a Espanha estava a caminho de ultrapassar países como a Alemanha em renda per capita até 2011. No entanto, o PIB per capita da Espanha ainda era inferior à média da União Europeia, que era de 29,8 mil dólares em 2010, tornando-se o segundo mais baixo da Europa Ocidental, depois do de Portugal. O lado negativo do agora extinto boom imobiliário é também um correspondente aumento nos níveis de endividamento pessoal: o nível médio de endividamento das famílias triplicou em menos de uma década. Isto pôs grande pressão em cima de uma renda mais baixa para os grupos de renda média; até 2005, o nível médio de endividamento em relação à renda havia crescido para 125%, devido principalmente ao boom de hipotecas caras, que hoje muitas vezes excedem o valor da propriedade.
Em 2008/2009, o arrocho do crédito e a recessão mundial manifestaram-se na Espanha através de uma enorme recessão no setor imobiliário. Contudo, os bancos da Espanha e os serviços financeiros evitaram os problemas mais graves dos seus congéneres nos Estados Unidos e no Reino Unido, devido principalmente a um regime financeiro conservador e regulamentado rigorosamente respeitado. A Comissão Europeia previu que a Espanha iria entrar em recessão econômica até o final de 2008. Segundo o Ministro das Finanças da Espanha, “a Espanha enfrenta a sua pior recessão em meio século”.
Turismo
Em 2017, a Espanha foi o segundo país mais visitado do mundo, registrando 82 milhões de turistas, que marcaram o quinto ano consecutivo de números recorde. A sede da Organização Mundial de Turismo está localizada em Madri.
A localização geográfica da Espanha, costas populares, paisagens diversas, legado histórico, cultura vibrante e excelente infraestrutura fizeram da indústria turística internacional do país uma das maiores do mundo. Nas últimas cinco décadas, o turismo internacional na Espanha cresceu e se tornou o segundo maior do mundo em termos de gastos, no valor de aproximadamente 40 bilhões de euros ou cerca de 5% do PIB do país em 2006.
Energia
A Espanha é um dos países líderes mundiais no desenvolvimento e produção de energia renovável. Em 2010, a Espanha se tornou a líder mundial em energia solar, quando ultrapassou os Estados Unidos com uma enorme usina chamada La Florida, perto de Alvarado, Badajoz. A Espanha também é o principal produtor de energia eólica da Europa. Em 2010, suas turbinas eólicas geraram 42 976 GWh, responsáveis por 16,4% de toda a energia elétrica produzida na Espanha. Em 9 de novembro de 2010, a energia eólica atingiu um pico histórico instantâneo, cobrindo 53% da demanda continental de eletricidade e gerando uma quantidade de energia equivalente à de 14 reatores nucleares. Outras energias renováveis usadas na Espanha são hidrelétricas, biomassa e marinha (2 usinas em construção).
As fontes de energia não renováveis usadas na Espanha são nucleares (8 reatores operacionais), gás natural, carvão e petróleo. Juntos, os combustíveis fósseis geraram 58% da eletricidade da Espanha em 2009, logo abaixo da média da OCDE de 61%. A energia nuclear gerou outros 19% e a energia eólica e a hidrelétrica cerca de 12% cada.
Transportes
O sistema rodoviário espanhol é principalmente centralizado, com seis rodovias que ligam Madrid ao País Basco, Catalunha, Valência, Andaluzia Ocidental, Estremadura e Galiza. Além disso, existem rodovias ao longo das costas do Atlântico (Ferrol a Vigo), Cantábria (Oviedo a San Sebastián) e Mediterrâneo (Girona a Cádis). A Espanha estabeleceu a meta de colocar um milhão de carros elétricos nas estradas até 2014 como parte do plano do governo para economizar energia e aumentar a eficiência energética. O ex-ministro da Indústria, Miguel Sebastián, disse que “o veículo elétrico é o futuro e o motor de uma revolução industrial”.
A Espanha possui a mais extensa rede ferroviária de alta velocidade na Europa e a segunda mais extensa do mundo, depois da China. Em outubro de 2010, o país possuía um total de 3 500 km de trilhos de alta velocidade ligando Málaga, Sevilha, Madrid, Barcelona, Valência e Valladolid, com trens com velocidades até 300 km/h. Em média, o trem de alta velocidade espanhol é o mais rápido do mundo, seguido do trem-bala japonês e do TGV francês. Em relação à pontualidade, é o segundo lugar no mundo (98,54% de chegada no horário) após o japonês Shinkansen (99%). Caso os objetivos do ambicioso programa AVE (trens de alta velocidade espanhóis) sejam atendidos, até 2020, a Espanha terá sete mil km de trens-bala que ligam quase todas as cidades provinciais a Madrid em menos de três horas e a Barcelona em quatro horas.
Existem 47 aeroportos públicos na Espanha. O mais movimentado é o aeroporto de Madrid (Barajas), com 50 milhões de passageiros em 2016, sendo o 25º aeroporto mais movimentado do mundo, bem como o quarto mais ocupado da União Europeia. O aeroporto de Barcelona (El Prat) também é importante, com 44 milhões de passageiros em 2016, sendo o 33.º aeroporto mais movimentado do mundo. Outros principais aeroportos estão localizados em Maiorca (23 milhões de passageiros), Málaga (13 milhões de passageiros), Las Palmas (11 milhões de passageiros), Alicante (dez milhões de passageiros) e menores, com número de passageiros entre quatro e dez milhões, como o aeroporto de Tenerife (dois aeroportos), Valência, Sevilha, Bilbao, Ibiza, Lanzarote e Fuerteventura. Além disso, mais de 30 aeroportos com o número de passageiros abaixo de quatro milhões. Os portos e portos mais importantes são Algeciras, Barcelona, Valência e Bilbao outros: Cádiz, Cartagena, Ceuta, Huelva, La Coruña, Las Palmas, Málaga, Melilla, Gijón, Palma de Maiorca, Sagunto, Santa Cruz de Tenerife, Los Cristianos (Tenerife), Santander, Tarragona, Vigo, Motril, Almería, Sevilha, Castellón de la Plana, Alicante, Pasaia, Avilés e Ferrol.
Saúde
O sistema de saúde da Espanha (Sistema Nacional de Saúde) é considerado um dos melhores do mundo, na 7ª posição no ranking elaborado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A assistência médica é pública, universal e gratuita para qualquer cidadão espanhol.
Segundo a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), os gastos totais em saúde representaram 9,4% do PIB espanhol em 2011, ligeiramente acima da média da OCDE de 9,3%. A Espanha é classificada em 1º no mundo em transplantes de órgãos.
O setor público é a principal fonte de financiamento da saúde. No país, 73% dos gastos com saúde foram financiados por fontes públicas em 2011, muito próximo da média de 72% nos países da OCDE. Desde 2010, os gastos a longo prazo em saúde diminuíram.
Educação, ciência e tecnologia
A educação estatal na Espanha é gratuita e obrigatória dos 6 aos 16 anos de idade. O sistema educacional atual foi estabelecido pela lei educacional de 2006, a LOE (Ley Orgánica de Educación) ou Lei Orgânica de Educação. Em 2014, a LOE foi parcialmente modificada pela lei LOMCE mais nova e controversa (Ley Orgánica para la Mejora de la Calidad Educativa), ou Lei Orgânica para a Melhoria do Sistema Educacional, comumente chamada Ley Wert. Desde 1970 a 2014, a Espanha teve sete leis educacionais diferentes (LGE, LOECE, LODE, LOGSE, LOPEG, LOE e LOMCE). A Institución Libre de Enseñanza foi um projeto educacional que se desenvolveu em Espanha por meio século, de 1876 até 1936, por Francisco Giner de los Ríos e Gumersindo de Azcárate. O instituto inspirou-se na filosofia do krausismo. Concepción Arenal no feminismo e Santiago Ramón y Cajal na neurociência estavam no movimento.
Nos séculos XIX e XX, a ciência na Espanha foi retida por uma grave instabilidade política e consequente subdesenvolvimento econômico. Apesar destas condições, surgiram alguns cientistas e engenheiros importantes. Os mais notáveis foram Miguel Servet, Santiago Ramón y Cajal, Narcís Monturiol, Celedonio Calatayud, Juan de La Cierva y Codorniu, Leonardo Torres y Quevedo, Margarita Salas e Severo Ochoa. O Conselho Superior de Investigações Científicas (CSIC) é o principal órgão público dedicado à pesquisa científica no país. Classificou-se como a 5ª principal instituição científica governamental em todo o mundo (e a 32ª no geral) no ranking de instituições SCImago de 2018.
A Espanha é conhecida pelo seu patrimônio cultural diversificado, tendo sido influenciada por muitas nações e povos ao longo de sua história. A cultura espanhola tem suas origens nas culturas ibérica, celta, celtibera, latina, visigótica, católica romana, e islâmica. A definição de uma cultura nacional espanhola tem sido caracterizada pela tensão entre o estado centralizado, dominado nos últimos séculos por Castela, e muitas regiões e povos minoritários. Além disso, a história da nação e de seu ambiente mediterrânico e atlântico desempenharam papéis importantes na formação de sua cultura. A Espanha tem 47 patrimônios da humanidade, o que inclui a paisagem de Monte Perdido, nos Pirenéus, que é compartilhada com a França, os sítios de arte rupestre pré-históricos do Vale do Côa e o Siega Verde, que é compartilhado com Portugal, o Patrimônio de Mercúrio, compartilhado com a Eslovênia e as florestas primárias de faias dos Cárpatos e de outras regiões da Europa, compartilhadas com outros países da Europa. Além disso, a Espanha também possui 14 patrimônios culturais imateriais, ou “tesouros humanos”.
Artes
Artistas da Espanha têm tido grande influência no desenvolvimento de vários movimentos artísticos europeus e norte-americanos. Devido à diversidade histórica, geográfica e geracional, a arte espanhola conheceu um grande número de influências. A herança mediterrânea com greco-romana e alguns mouros e influências na Espanha, especialmente na Andaluzia, ainda é evidente hoje. As influências europeias incluem Itália, Alemanha e França, especialmente durante os períodos renascentista, barroco espanhol e neoclássico. Existem muitos outros estilos autóctones, como a arte e a arquitetura pré-românica, a arquitetura herreriana ou o gótico isabelino.
Durante a Era de Ouro, os pintores que trabalhavam na Espanha incluíam El Greco, Ribera, Murillo e Zurbarán. Também no período barroco, Diego Velázquez criou alguns dos retratos espanhóis mais famosos, como Las Meninas e Las Hilanderas.
Goya pintou durante um período histórico que inclui a Guerra da Independência Espanhola, as lutas entre liberais e absolutistas e a ascensão dos Estados-nações contemporâneas.
Sorolla é um conhecido pintor impressionista moderno e existem muitos pintores espanhóis importantes pertencentes ao movimento artístico modernista, incluindo Picasso, Dalí, Gris e Miró.
Literatura
O desenvolvimento da literatura espanhola coincide e frequentemente se cruza com o de outras tradições literárias de regiões dentro do mesmo território, principalmente a literatura catalã; o galego também se cruza com as tradições literárias latinas, judaicas e árabes da península ibérica. A literatura da América Latina é um importante ramo da literatura espanhola, com suas próprias características particulares que remontam aos primeiros anos da conquista espanhola das Américas.
A conquista e ocupação romana da Península Ibérica, iniciada no século III a.C., trouxe uma cultura latina aos territórios espanhóis. A chegada dos invasores muçulmanos em 711 d.C. trouxe as culturas do Oriente Médio e Extremo Oriente. Na literatura espanhola medieval, os primeiros exemplos registrados de uma literatura vernacular misturam a cultura muçulmana, judaica e cristã. Uma das obras notáveis é o poema épico Cantar de Mio Cid, escrito em 1140. A prosa espanhola ganhou popularidade em meados do século XIII. A poesia lírica na Idade Média inclui poemas populares e a poesia cortês dos nobres. Durante o século XV, ocorreu o pré-renascimento e a produção literária aumentou muito. No Renascimento, os tópicos importantes eram poesia, literatura religiosa e prosa. Na era barroca do século XVII, importantes obras foram a prosa de Francisco de Quevedo e Baltasar Gracián. Miguel de Cervantes é provavelmente o autor mais famoso da Espanha, e sua obra Dom Quixote é considerada a obra mais emblemática no cânone da literatura espanhola e um clássico fundador da literatura ocidental.
Na era iluminista do século XVIII, obras notáveis incluem a prosa de Benito Jerónimo Feijoo, Gaspar Melchor de Jovellanos e José Cadalso; os poemas líricos de Juan Meléndez Valdés, Tomás de Iriarte e Félix María Samaniego e o teatro de Leandro Fernández de Moratín e Ramón de la Cruz. No romantismo (início do século XIX), tópicos importantes são: a poesia de José de Espronceda e outros poetas e o teatro, com Ángel de Saavedra (duque de Rivas), José Zorrilla e outros autores. No realismo (final do século XIX), misturado ao naturalismo, temas importantes são o romance, com Juan Valera, José Maria de Pereda, Benito Pérez Galdós, Emilia Pardo Bazán, Leopoldo Alas, Armando Palacio Valdés e Vicente Blasco Ibáñez.
No modernismo, aparecem várias correntes: parnasianismo, simbolismo, futurismo e criacionismo. A destruição da frota espanhola em Cuba pelos Estados Unidos em 1898 provocou uma crise na Espanha. Um grupo de escritores mais jovens, entre eles Miguel de Unamuno, Pío Baroja e José Martínez Ruiz, fez alterações na forma e no conteúdo da literatura. No ano de 1914 – o ano da eclosão da Primeira Guerra Mundial e da publicação do primeiro grande trabalho da voz principal da geração, José Ortega y Gasset – vários escritores haviam estabelecido seu próprio lugar na cultura espanhola. Entre as principais vozes estão o poeta Juan Ramón Jiménez, os acadêmicos e ensaístas Ramón Menéndez Pidal, Gregorio Marañon, Manuel Azaña, Eugeni d’Ors e Ortega y Gasset, os romancistas Gabriel Miró, Ramón Pérez de Ayala, Ramón Gómez de Serna e o dramaturgo Pedro Muñoz Seca. Por volta de 1920, um grupo mais jovem de escritores – principalmente poetas – começou a publicar obras que, desde o início, revelavam até que ponto os artistas mais jovens estavam absorvendo a experimentação literária dos escritores de 1898 e 1914. Os poetas estavam intimamente ligados à academia formal. Romancistas como Rosa Chacel, Francisco Ayala e Ramón J. Sender foram igualmente experimentais e acadêmicos.
A Guerra Civil Espanhola teve um impacto devastador na escrita espanhola. Entre os poucos poetas e escritores de guerra civil, Miguel Hernández se destaca. Durante a ditadura inicial (1939-1955), a literatura seguiu a visão reacionária do ditador Francisco Franco de uma segunda era de ouro espanhola. Em meados da década de 1950, assim como no romance, uma nova geração que só havia experimentado a guerra civil espanhola na infância estava chegando à maioridade. No início dos anos 1960, os autores espanhóis avançaram em direção a uma experimentação literária inquieta. Quando Franco morreu em 1975, o importante trabalho de estabelecer a democracia teve um impacto literário imediato. Nos próximos anos, vários jovens escritores, entre eles Juan José Millás, Rosa Montero, Javier Marías, Cristina Fernández Cubas, Enrique Vila-Matas, Carme Riera e mais tarde Antonio Muñoz Molina e Almudena Grandes, começaram a conquistar um lugar de destaque.
Música
A música espanhola é muitas vezes considerada exterior como sinônimo de flamenco, um gênero musical do oeste da Andaluzia que, ao contrário da crença popular, não é muito comum fora dessa região. Vários estilos regionais de música folclórica abundam em Aragão, Catalunha, Valência, Castela, País Basco, Galiza e Astúrias. Pop, rock, hip hop e heavy metal também são populares.
No campo da música clássica, a Espanha produziu uma série de compositores notáveis como Isaac Albéniz, Manuel de Falla e Enrique Granados e cantores e artistas como Plácido Domingo, José Carreras, Montserrat Caballé, Alicia de Larrocha, Alfredo Kraus, Pablo Casals, Ricardo Viñes, José Iturbi, Pablo de Sarasate, Jordi Savall e Teresa Berganza. Na Espanha, existem mais de 40 orquestras profissionais, incluindo o Orquestra Sinfônica de Barcelona e Nacional da Catalunha, Orquestra Nacional de Espanha e a Orquestra Sinfônica de Madrid. As casas de ópera mais importantes incluem o Teatro Real, o Gran Teatre del Liceu, o Teatro Arriaga, o Palácio Euskalduna e o Palácio das Artes Rainha Sofia.
Milhares de fãs de música também viajam para a Espanha a cada ano para o festival de música reconhecido internacionalmente Sónar que muitas vezes apresenta os próximos artistas pop e techno, e Benicàssim, que tende a característica de rock alternativo e atos de dança. Ambos os festivais marcam uma presença internacional de música e refletem o gosto dos jovens no país. O mais popular instrumento musical tradicional, a guitarra, tem origem na Espanha. Típicos do norte são os gaiteros, principalmente nas Astúrias e Galiza.
Moda e cinema
A Semana de Moda de Madrid é uma das semanas de moda mais importantes da Europa. A espanhola Zara é uma das maiores empresas de moda prêt-à-porter do mundo. Designers de moda como Cristóbal Balenciaga estão entre os mais influentes do século XX.
O cinema espanhol alcançou grande sucesso internacional, incluindo Oscars de filmes recentes como O Labirinto do Fauno e Volver. Na longa história do cinema espanhol, o grande cineasta Luis Buñuel foi o primeiro a obter reconhecimento mundial, seguido por Pedro Almodóvar na década de 1980 (La Movida Madrileña). O cinema espanhol também teve sucesso internacional ao longo dos anos, com diretores como Segundo de Chomón, Florián Rey, Luis García Berlanga, Carlos Saura, Julio Medem, Isabel Coixet, Alejandro Amenábar, Icíar Bollaín e os irmãos David Trueba e Fernando Trueba. As atrizes Sara Montiel e Penélope Cruz ou o ator Antonio Banderas estão entre os que se tornaram estrelas de Hollywood. Os festivais internacionais de cinema de Valladolid e San Sebastian são os mais antigos e mais relevantes da Espanha.
Culinária
A culinária espanhola consiste em uma grande variedade de pratos que resultam de diferenças de geografia, cultura e clima. É fortemente influenciada pelos frutos do mar disponíveis nas águas que cercam o país e reflete as profundas raízes mediterrâneas da nação. A extensa história da Espanha, com muitas influências culturais, levou a uma culinária única.
Na região mediterrânea, da Catalunha à Andaluzia, há uso intenso de frutos do mar, como pescaíto frito (peixe frito); várias sopas frias como gaspacho; e muitos pratos à base de arroz, como a paella valenciana e o arroz negro catalão.
No interior, é comum o consumo de sopas quentes e grossas, como a sopa castelhana à base de pão e alho, juntamente com ensopados substanciais, como o cozido madrileno. Os alimentos são tradicionalmente conservados com salga, como o presunto espanhol, ou imersos em azeite, como o queijo manchego.
Na costa norte do Atlântico, inclui cozinha asturiana, basca, cantábria e galega – ensopados à base de vegetais e peixes como caldo galego e marmitako. Além disso, o presunto lacón levemente curado. A culinária mais conhecida dos países do norte geralmente se baseia em frutos do mar oceânicos, como no bacalhau ao estilo basco, albacora ou anchova ou no polbo à feira à base de polvo e pratos de marisco.
Arquitetura
Devido à sua diversidade histórica e geográfica, a arquitetura espanhola tem atraído a partir de uma série de influências. Uma cidade importante da província fundada pelos romanos e com uma infraestrutura extensa da era romana, Córdova se tornou a capital cultural, incluindo uma arquitetura em estilo árabe, feita durante a época do Califado Omíada. A arquitetura de estilo árabe mais tarde continuou a ser desenvolvida sob as sucessivas dinastias islâmicas, terminando com os Nasridas, que construíram seu famoso complexo do palácio em Granada. Simultaneamente, os reinos cristãos gradualmente surgiram e desenvolveram seus próprios estilos, desenvolvendo um estilo pré-românico, quando por um tempo isolado das principais influências arquitetônicas contemporâneas europeias durante o início da Idade Média, que mais tarde integraram os fluxos românico e gótico.
Houve então um extraordinário florescimento do estilo gótico, que resultou em inúmeras construções que foram sendo construídas em todo o território. O estilo mudéjar, a partir dos séculos XII a XVII, foi desenvolvido através da introdução de motivos de estilo árabe, padrões e elementos em arquitetura europeia. A chegada do modernismo na área acadêmica produziu grande parte da arquitetura do século XX. Um estilo influente no centro de Barcelona, conhecido como modernismo catalão, produziu uma série de importantes arquitetos, dos quais Gaudí é um deles. O estilo internacional foi liderado por grupos como GATEPAC. A Espanha está atualmente a viver uma revolução na arquitetura contemporânea e arquitetos espanhóis como Rafael Moneo, Santiago Calatrava, Ricardo Bofill, entre outros, ganharam renome mundial.
Esportes
A Volta a Espanha (Vuelta a España ou simplesmente Vuelta) é um dos principais eventos esportivos do país, que junto ao Giro d’Italia e o Tour de France, é uma das três Grandes Voltas do ciclismo mundial. A Vuelta teve sua primeira edição em 1935, porém não houve edições durante a Segunda Guerra Mundial. Teve seu retorno em 1955 até atualmente. Até 2009 foram realizadas 63 edições da Vuelta a España.
Os esportes na Espanha são dominados, principalmente, pelo ciclismo, o futebol (desde o século XX), o basquete, o tênis, o andebol, e pelos esportes de motor, principalmente o Motociclismo. A partir dos Jogos Olímpicos de 1992, disputados na cidade de Barcelona, o país entrou na elite mundial em diversos esportes. Tem como maior ídolo no esporte Alberto Contador, da equipe Nursultan Pro Cycling Team. Contador é vencedor do Tour de France 2007 e 2009, além do Giro d’Italia 2008 e Volta a Espanha também em 2008, entre outras vitórias em voltas. É considerado o melhor ciclista da atualidade, e um dos grandes nomes do esporte de todos os tempos. Em 2010 a Espanha consagrou-se campeã de futebol mundial, tendo vencido a Copa do Mundo na África do Sul e tornou-se a única seleção de futebol a ser campeã do mundo e bicampeã da Europa, tendo vencido os campeonatos europeus de 2008, realizado na Suíça e na Áustria, e 2012, na Polónia e Ucrânia.
Feriados
Os feriados comemorados na Espanha incluem uma mistura de festividades religiosas (católicas romanas), nacionais e regionais. Cada município pode declarar um máximo de 14 feriados por ano; até nove deles são escolhidos pelo governo nacional e pelo menos dois são escolhidos localmente. O Dia Nacional da Espanha (Fiesta Nacional de España) é 12 de outubro, aniversário da Descoberta da América e comemora a festa de Nossa Senhora do Pilar, padroeira de Aragão e de toda a Espanha.
Alguns dos festivais espanhóis são conhecidos em todo o mundo, e todos os anos milhões de turistas estrangeiros vão à Espanha para participar. Um dos mais famosos são as Festas de São Firmino, em Pamplona. Embora seu evento mais famoso seja o encierro’, ou a corrida de touros, que acontece na manhã de 14 de julho, a celebração de uma semana envolve muitos outros eventos tradicionais e folclóricos. Seus eventos foram centrais para o enredo de The Sun Also Rises, de Ernest Hemingway, que o levou à atenção geral das pessoas que falam inglês. Como resultado, tornou-se uma das festas de renome internacional na Espanha, com mais de um milhão de pessoas presentes todos os anos. Outros festivais incluem: o festival de tomate La Tomatina em Buñol, Valência, os carnavais nas Ilhas Canárias, as quedas em Valência ou a Semana Santa na Andaluzia e Castela e Leão.
O nome “Espanha”, evolução da designação do Império Romano “Hispânia”, era, até o século XVIII, apenas descritivo da Península Ibérica, não se referindo, assim, a um país ou Estado específico, mas ao conjunto de todo o território ibérico e dos países que nele se incluíam. A Espanha foi unificada durante o Iluminismo. Até então, era um conjunto de reinos jurídica e politicamente independentes governados pela mesma monarquia. Até a data da unificação, a monarquia era formada por um conjunto de reinos associados por herança e união dinástica ou por conquistas. A forma de governo era conhecida como aeque principaliterː os reinos eram governados cada um de forma independente, como se tivesse, cada reino, o seu próprio rei. Cada reino mantinha o seu próprio sistema legal, a sua língua, os seus fóruns e os seus privilégios. A Constituição de 1812 adopta o nome “As Espanhas” para a nova nação. A Constituição de 1876 adopta pela primeira vez o nome “Espanha”.
Os termos “As Espanhas” e “A Espanha” não eram equivalentes e eram usados com muita precisão. A expressão “As Espanhas” referia-se a um conjunto de unidades jurídico-políticas, isto é, referia-se a um conjunto de reinos independentes, primeiramente apenas aos reinos cristãos da Península Ibérica, depois apenas aos reinos unidos sob a mesma monarquia. A expressão “A Espanha” referia-se a um espaço geográfico e cultural que englobava diversos reinos independentes. A partir de Carlos V o uso do título “rei das Espanhas” referia-se à parte de Espanha que não incluía Portugal, mas esta designação era apenas uma forma de designar coletivamente um extenso número de reinos, uma abreviação, que não tinha validade jurídica para uma longa lista de títulos reais cuja forma oficial era rei de Castela, de Leão, de Aragão, de Navarra, de Granada, de Toledo, de Valência, da Galiza, de Maiorca, de Menorca, de Sevilha, etc. (da mesma forma utilizava-se o título Sua Majestade Lusitana para o rei de Portugal, ou rei lusitano).
A partir de 1645, com a Restauração da Independência em Portugal, a designação “Rei de Espanha” manteve-se, apesar de a união dinástica já não englobar toda a Península.
A abordagem da História de Espanha mais comum é a de descrever, nos seus tópicos iniciais, a história da Península Ibérica até os períodos anteriores à conquista da América.
A história da presença humana na Península Ibérica remonta a cerca de 8 000 anos, depois do descobrimento de um dos primeiros antepassados dos seres humanos em Atapuerca (Burgos) e ao que foi batizado como Homo antecessor. Em 1848, foi encontrado, numa caverna do atual território britânico de Gibraltar, um crânio de um homem de Neanderthal que teria aproximadamente vivido há 60.000 anos.
Durante o Paleolítico Superior, por volta de 16 000 anos atrás, a cultura magdaleniana estava presente nas Astúrias, Cantábria e parte do País Basco, cujo registro mais notável é a presença das pinturas rupestres na caverna de Altamira. No Paleolítico Médio, registros de pinturas rupestres foram encontradas na zona mediterrânea da península, fundamentalmente no que hoje é a província de Castellón.
Em 5 500 a.C. aparece na península a cultura Campaniforme ou mais exatamente “Cultura do vaso campaniforme”. Por volta de 3 700 a.C. aparecem a cultura megalítica e a agricultura.
A aparição de culturas que usavam os metais despoletou em torno dos anos 3 000 a 2 500 a.C. A sua distribuição geográfica é maior e considera-se que a busca dos metais trouxe fluxos migratórios importantes, destacando Los Millares em Almería, com uma grande fortificação, e no curso do Rio Tejo na zona portuguesa atual.
Os celtas chegaram à península no primeiro milénio a.C., usando as atuais Galiza, Astúrias, Cantábria, País Basco, norte de Castela e boa parte de Portugal.
A costa peninsular oriental foi ocupada primeiro pelos fenícios, aproximadamente até 700 a.C. Fundaram Gadir (Cádis), Málaca (Málaga) e Abdera (Adra, na atual província de Almería).
Os gregos se instalaram mais ao norte da costa, em Rhodes (Rosas) e Empório (Ampúrias), na atual zona da Catalunha, encontrando os iberos e trazendo aos dias de hoje as primeiras referências deste povo.
É o momento em qual aparece os tartessos como civilização no Vale de Guadalquivir. Os dados históricos deixados pelos gregos nos falam de duas culturas presentes: celtas e iberos, uns a norte e outros a sul. Junto a estes conviviam na península os celtiberos na zona central da Meseta, com cidades como Numância, os lusitanos, galaicos, ástures, cántabros e vascões. A denominada civilização ibérica teve a sua origem, segundo a maioria dos autores, em uma mistura de indo-europeus dos celtas, dos povos ibéricos autóctones, das presenças púnica e grega e do início da romanização.
No século III a.C., os cartagineses iniciam na Península Ibérica um projeto imperialista mediterrâneo no qual fundam Qart Hadasht (Cartagena) que se converte rapidamente em uma importante base naval.
Cartago e Roma se enfrentaram finalmente em uma série de guerras (Guerras Púnicas) pela hegemonia no Mediterrâneo Ocidental. Depois da derrota na Primeira Guerra Púnica, Cartago tenta ressarcir-se de suas perdas da Sicília, Sardenha e Córsega, incrementando seu domínio na Ibéria.
Amílcar Barca, Aníbal e outros generais cartagineses situam-se nas antigas colônias fenícias da Andaluzia e o Levante sob seu controle e procedem depois à conquista ou extensão de sua área de influência sobre os povos indígenas. Ao final do século III a.C., a maior parte das cidades e povos a sul dos rios Douro e Ebro, assim como as Ilhas Baleares, reconhecem o domínio cartaginês.
No ano 219 a.C. produz-se a ofensiva de Aníbal contra Roma, tomando a Península Ibérica como base de operações e incluindo uma grande proporção de hispanos em seu exército.
Foi neste processo que tentaram submeter a colônia grega de Sagunto, situada ao sul da fronteira do Ebro mas aliada de Roma, dando lugar à Segunda Guerra Púnica, que culminaria com a incorporação da parte civilizada (ibera) da península à República Romana.
Depois da Segunda Guerra Púnica, entre 218 e 201 a.C., pôde-se considerar a Península Ibérica submetida ao poder de Roma. A campanha de ocupação, depois da expulsão cartaginesa, foi rápida, exceto no interior (Numância) e o povo cántabro que resistiu até a chegada de Augusto nos inícios do Império Romano.
Em 195 a.C. os romanos dividiram o território ibérico em duas zonas: a Hispânia Citerior e a Hispânia Ulterior. Em 27 a.C. o general Agripa criou as províncias: Tarraconense, antiga Hispânia Citerior; a Bética e a Lusitânia, a partir da Hispânia Ulterior. Em 216, surgiu a Nova Hispânia Citerior Antoniana, na região noroeste da península, aproximadamente onde hoje são as Astúrias. Diocleciano reuniu essas províncias, inclusive a Baleárica, a Tingitana e a Cartaginense, formando a diocese da Hispânia, politicamente dependente da prefeitura pretoriana da Gália.
O processo de romanização, entendido como a incorporação da língua, dos costumes e da economia romana, começou aproximadamente em 110 a.C. e duraria com toda sua força até meados do século III. Séculos mais tarde, o latim vulgar, idioma dos conquistadores romanos, daria origem a várias línguas neolatinas como o catalão, o castelhano (ou espanhol), o galego, entre outras. O idioma basco é o único idioma na Espanha a não ter origem no latim vulgar.
As invasões
Na Península Ibérica, como em outras províncias, a predominância do Império Romano foi caindo gradualmente. Com os processos quase que simultâneos da “desromanização” do Império Romano na Hispânia, há que citar: debilitação da autoridade central nos séculos III, IV e V e da “romanização” das tribos germânicas, por exemplo, a adoção do direito romano, que é evidente na Lex Gothorum (Lei dos Godos), a conversão ao cristianismo e a afinidade que alguns reis tinham pelo latim.
No inverno de 406, aproveitando o congelamento do rio Reno, vândalos, suevos e alanos invadiram o império com grande vigor e pujança. Ao cabo de três anos, cruzaram os Pireneus, chegaram à Península Ibérica, e dividiram, entre si, as partes ocidentais, que correspondiam aproximadamente a Portugal atual e Espanha ocidental até Madrid.
O Reino suevo da Galécia
O Reino Suevo configura-se como a mais antiga estrutura política das atuais regiões da Galiza e (norte e centro de) Portugal depois da queda do domínio romano. Foi o primeiro reino que se separou do Império Romano e cunhou moeda. Os suevos eram um povo germânico que teria entrado no noroeste da Península Ibérica em 409 numa vaga migratória ou guerreira, mas com pouca população. Rapidamente, tomaram o controle do território, mas, devido ao seu número reduzido, não modificaram grandemente a estrutura nem a cultura em que se assentaram. As crónicas de Idácio são uma das fontes que mais dados dão sobre a estadia deste povo no noroeste peninsular e possuem grande valor por se tratarem de uma fonte contemporânea aos acontecimentos relatados.
É notável, nesta época, o trabalho de São Martinho de Braga, impulsionador dos ditos concílios, da ordenação do território (Parochiale Suevorum) e da difusão do cristianismo frente às crenças pagãs de raiz pré-românica (De correctione rusticorum). Desempenhou funções de chanceler do rei Teodomiro. Miro (570-583) foi o seu sucessor. Durante o seu reinado celebrou-se o Segundo Concílio de Braga (572). Aproximadamente em 577 iniciou-se a guerra civil visigoda, na que interveio Miro, que, em 583, organizou uma expedição fracassada de conquista a Sevilha. Durante o regresso desta expedição o rei encontrou a morte. No reino suevo começaram uma série de lutas internas. Eborico (também chamado de Eurico, 583-584) foi destronado por Andeca (584-585), que falhou no seu intento de evitar a invasão visigoda, dirigida por Leovigildo, que se fará efetivamente no ano de 585.
O Reino Visigodo
Os visigodos, que tinham tomado Roma fazia dois anos, chegaram à região em 412, fundando o Reino de Tolosa (Toulouse, no sul da França), e estenderam a sua influência gradualmente à península, empurrando os vândalos e alanos para o norte da África, quase não dando tempo para que estes deixassem a sua marca na cultura ibérica. Mais tarde, depois da conquista de Tolosa pelos Francos e da perda de grande parte dos territórios no que atualmente é a França, os visigodos mudaram a capital do reino para Toledo. Atribui-se que o apogeu do Reino Visigótico se deu durante o reinado de Leovigildo (572 – 586). Em 585, os visigodos capturaram o rei dos suevos, anexando os seus territórios.
Os visigodos eram os mais romanizados dos povos bárbaros. Eles mantiveram o sistema legal romano. O modo de produção era próximo do sistema feudal típico, e a religião predominante era a católica. A cristologia classificada como heresia pela Igreja Católica denominada arianismo propagou-se pelo reino, sendo combatida pelo rei católico Recaredo.
Curiosamente, a Espanha nunca entrou no período de analfabetismo que chamamos de Idade das Trevas, de que sofreram a Bretanha, a Gália, a Lombardia, e a Alemanha nesses anos. A razão deve-se ao facto de os visigodos terem sabido respeitar as instituições e as leis romanas, mantendo uma infraestrutura estável e arquivos históricos durante a maior parte do intervalo entre 415, quando, segundo a tradição, começou o Reino Visigodo, e 711, quando foi destruído pelos árabes (na realidade, estava já muito decadente antes de sua chegada).
Apesar de que a nobreza visigoda praticava o arianismo, este gozou de muito pouca popularidade entre a população hispano-romana da península, fiel, em sua maioria, à doutrina católica romana. Desde a coroação visigoda, em 587, o rei Recaredo, já convertido ao catolicismo, tratou de conciliar assim mesmo a religião ariana com a católica, mas com pouco êxito. Finalmente, impôs-se a opção católica pela força, dispensando a igreja ariana de seus bens em favor de sua antagonista.
Os territórios árabes, junto com a fé islâmica, tinham se propagado velozmente. Em 711, os muçulmanos (árabes e berberes) já tinham o controlo no norte da África. Ainda no mesmo ano, liderados por Tárique, capturaram e mataram o rei visigodo Rodrigo na Batalha de Guadalete.
Depois da morte do rei Witiza, os nobres e bispos da península elegem o rei Rodrigo, duque da Bética. Os filhos de Witiza queriam como rei Aquila, duque da Tarraconense, e, por isso, pactuam com os árabes através de Don Julián, conde de Ceuta. Rodrigo, que estava lutando contra um levantamento dos bascos, ao saber da invasão árabe acude com seu exército. Perde a Batalha de Guadalete devido à deslealdade dos witizanos. Com sua morte, os árabes se animam a continuar com a luta.
Em 712, Tárique conquista Toledo e chega a Leão; Muça ibne Noçáir conquista Sevilha e chega a Mérida. Posteriormente uniriam suas forças para tomar Saragoça. Em 713, em virtude da derrota da dinastia omíada pelos abássidas, o emir Abderramão I torna o Emirado de Córdoba independente do de Damasco, da qual fazia parte. Após seu reinado, sobe ao poder Abderramão II.
Abdalazize ibne Muça completa a conquista da península, exceto as zonas montanhosas cantábricas e pirenaicas em 716, passando a território franco. Carlos Martel detém o avanço árabe em Poitiers em 732.
Em 929, Abderramão III criou o Califado de Córdoba, o que supõe a separação definitiva do Califado de Bagdad.
O avanço dos mouros não se deu sem resistência. Os adeptos do Islão estenderam seus territórios até o sul da atual França, quando foram derrotados pelos francos, liderados por Carlos Martel, em 732.
Antes disso, porém, já havia esforços por parte de povos cristãos para expulsar os muçulmanos da Península Ibérica. A primeira vitória contra os mouros dentro da Península foi empreendida por Dom Pelágio, o primeiro rei de Astúrias, na batalha de Covadonga (722). Desde então, e à medida que as vitórias cristãs se foram sucedendo, começaram a chegar vagas de cavaleiros europeus para ajudar os reis cristãos na sua senda pela reconquista da Península Ibérica, eram as primeiras Cruzadas. Como sinal do reconhecimento e mérito pela ajuda, os reis cristãos davam aos cruzados porções de terra, títulos, e casamento com filhas de nobres locais, ou até mesmo do próprio rei, ficando com o dever de gerir o território, lutar contra os mouros e prestar vassalagem ao Rei.
Isto veio fazer com que a Reconquista não fosse exatamente uma cooperação entre reis cristãos contra os mouros, pois na realidade, os reinos cristãos no norte da Península Ibérica guerrearam uns com os outros (na luta pelo poder, sucessões ao trono, ou até mesmo a independência. Muitos condados tentaram a independência, mas só os Condados Portucalense e o de Castela o conseguiram, tornando-se mais tarde no Reino de Portugal um e no Reino de Castela o outro) tanto quanto contra os muçulmanos. Os dois principais reinos cristãos eram: o Reino de Astúrias sediado em Oviedo; e Navarra. Com as derrotas dos omíadas foi criado o Reino de Leão em 913. Sancho III de Navarra pôs seu filho Fernando na liderança de Castela. Ele conseguiu unir Navarra, Galiza, Astúrias e Leão sob sua liderança. Com a morte de Fernando, o reino foi dividido entre os filhos Afonso, Sancho e Garcia. Garcia nunca chegou ao poder; Afonso foi exilado após tentar tomar o poder de Sancho. Após a morte de Sancho II, Afonso retornou ao trono de Castela.
Castela e Portucale (Portugal) passaram a ser então os dois reinos a fazer frente aos mouros, uma vez que Castela conseguia unir debaixo da mesma coroa Galiza, Astúrias, Navarra e Catalunha. Portucale conseguiu mais eficazmente e rapidamente expulsar os mouros, sendo que no século XIII, o rei Dom Afonso III (r. 1248–1249) conseguiu expulsar definitivamente os mouros do Algarve, terminando assim a reconquista portuguesa. A partir daqui, Portugal foi afirmando a sua independência e identidade, até ao século XV, em que foram iniciados os Descobrimentos, com a exploração e conquista do norte de África. Castela já foi bem mais lenta na sua reconquista, sendo que a terminou por completo nos finais do século XV.
Aos poucos, as terras de domínio mouro foram se reduzindo até uma pequena porção em Granada. A Espanha foi unificada através dos reis católicos: Isabel I de Castela e Fernando II de Aragão. Sob seu reinado, o último reduto mouro, o Granada foi conquistado. Outro facto importante do seu reinado foi a redução do poder da nobreza. Os mouros e judeus foram obrigados ao batismo ou ao exílio.
A reconquista foi finalizada em 1492 com a tomada de Granada por parte dos Reis Católicos que a anexaram à Coroa de Castela. Neste mesmo ano ocorreu o descobrimento da América, em nome da coroa, por Cristóvão Colombo.
O momento histórico exato em que se faz referência a Espanha pela primeira vez não está claramente definido.
Na Península se falava dos reinos de Galiza, Leão, Navarra, Castela, Aragão e de Portugal como reinos hispanos. Mas quando por razões dinásticas ou de conquista um deles conseguia ter baixo seu cetro a maior parte da Espanha cristã, se auto proclamava “Imperador totius Hispaniae”, como foi o caso de Sancho o Maior de Navarra, ou de Alfonso VI e Alfonso VII de Leão e de Castela.
Os Reis Católicos eram conhecidos como Reis das Espanhas. Em 1493, o governo municipal de Barcelona se refere a Don Fernando como o “Rey de Spanya, nostre senyor” (ou “Rei de Espanha, nosso senhor”). A partir de Carlos I, todos os reis se autodenominam Rei das Espanhas, colocando esta legenda (em latim) nas moedas acunhadas durante seus reinados, ainda que normalmente utilizassem outros títulos, desde “Rei de Castela” até “Senhor de Vizcaya e de Molina”, ou simplesmente, “Eu o Rei”.
Amadeu I é o primeiro que oficialmente utiliza a denominação de Rei da Espanha, já que os anteriores utilizavam o título abreviado de Rei das Espanhas. A partir de Amadeu, já todos adotam este título.
No Concílio de Constança, os quatro reinos, Portugal, Aragão, Castela e Navarra, aparecem formando uma só entidade (“nação espanhola”) e compartindo o mesmo voto.
Ainda no período dos reis católicos, a Espanha empreendeu uma política de financiamento de exploracões marítimas, rivalizando poder com Portugal. Entre elas, a viagem de Cristóvão Colombo tornou a América conhecida à Europa. A partir desse facto, a Espanha colonizou as terras do Novo Mundo e através de seus conquistadores, diversos povos indígenas foram reprimidos, como as civilizações Inca, Asteca e Maia.
Para evitar disputas com outras nações europeias, a Espanha assinou com Portugal, através do Papa Alexandre VI, o Tratado de Tordesilhas, para definir os territórios do Novo Mundo que pertenceriam a cada país.
A Espanha trouxe, do continente americano, gigantescas porções de prata e ouro. Entretanto, esse modo de exploração foi prejudicial ao país. Enquanto a economia era dependente das colônias na América, outras atividades como o comércio não foram desenvolvidas como em outros países, por exemplo a Inglaterra. Isso provocou a desvalorização da moeda espanhola e diversas crises econômica
O Império Colonial Espanhol atingiu seu auge e declinou sob a dinastia dos Habsburgos (chamada também de Casa da Áustria). A Espanha obteve sua maior extensão graças à conquista de territórios na América e outras colônias de ultramar sob Carlos I, também intitulado Imperador Carlos V do Sacro Império Romano-Germânico.
Após a morte de Carlos I em 1556, o extenso reino se dividiu em duas porções: o Sacro Império de um lado; a Espanha e os Países Baixos de outra, sob o controle de Filipe II. Filipe II, aumenta seus territórios na América e une a coroa de Portugal com seus territórios de Ultramar, iniciando a breve União Ibérica, que se converteu na maior potência económica e militar do mundo.
A grande extensão gerou conflitos internos. Em 1640 Portugal readquire sua independência. Em 1648 o rei Filipe IV reconhece a independência dos Países Baixos com o fim da Guerra dos Oitenta Anos. Ao domínio de Filipe V, da dinastia Bourbon, que persiste até hoje.
Podemos dividir este período segundo os monarcas reinantes em:
Reinado de Carlos I e V de Alemanha (1516-1556)
Reinado de Filipe II (1556-1598)
Reinado de Filipe III (1598-1621)
Reinado de Filipe IV (1621-1665)
Reinado de Carlos II (1665-1700)
A casa de Bourbon começou a reinar na Espanha em 1700, com a coroação de Filipe V. Pouco depois, em 1702 começa a Guerra de Sucessão Espanhola, na que Castela permanece, em maioria, fiel ao novo rei, enquanto que os antigos territórios da Coroa de Aragão ficam do lado de Carlos de Áustria. Ao ganhar a guerra, Filipe V fez amplas reformas administrativas para aproximar seu novo reino ao modo centralizado de seu país de origem.
Filipe V foi sucedido por Fernando VI, Carlos III e Carlos IV. No governo desse último, as tropas de Napoleão Bonaparte invadiram o território espanhol e puseram o irmão José Bonaparte no poder. A casa dos Bourbon foi restaurada em 1813 com a posse de Fernando VII após a Guerra Peninsular. Nesse período de agitação interna, as colônias espanholas na América tiveram a oportunidade de lutar por sua independência. Até 1830, a Espanha tinha perdido a maioria de suas colônias no continente.
Conhece-se como período de Ilustração política na Espanha ao que abarca os reinados dos Bourbons desde Filipe V em 1700 até Carlos IV que finaliza seu reinado abruptamente em 1808, recolhendo o movimento do século das luzes que se inicia na França e é a antecâmara da Revolução francesa.
Reinado de Filipe V (1700-1746), com um breve reinado de Luís I em 1724 e com destaque para o Tratado de Utrecht em 1713
Reinado de Fernando VI (1746-1759)
Reinado de Carlos III (1759-1788)
Reinado de Carlos IV (1788-1808)
No início do século, aconteceu, na Espanha, a Guerra da Independência (ou Guerra Peninsular), um conflito armado entre 1808 e 1814 que opôs a Espanha e seus aliados Portugal e Reino Unido contra o Primeiro Império Francês, como consequência da política expansionista de Napoleão I. Em 18 de março de 1812, a Constituição de Cádis, também conhecida por Constituição Espanhola de 1812 ou La Pepa, é aprovada.
Durante o período de 1814 a 1820, Fernando VII restabelece o governo absolutista dos antecessores Bourbons. Suas medidas foram de repressão aos liberais. O novo rei também contestou a Constituição de Cádiz, o que levou a uma revolta chefiada por Rafael de Riego. Entre 1820 e 1823, a Espanha não é regida mais por Fernando VII depois de um golpe militar chefiado por Riego. Este período é conhecido como o Triênio Liberal). Porém em 1823, Fernando VII restabeleceu seu reinado. Denomina-se Década Ominosa (“Década Nefasta”, 1823-1833) ao período da história da Espanha que corresponde à última fase do reinado de Fernando VII e a restauração do absolutismo depois do Triênio Liberal.
Devido à pouca idade da sucessora natural ao trono de Fernando VII, quando este morreu em 29 de setembro de 1833, sua esposa, Maria Cristina de Bourbon, assumiu de imediato a regência e prometeu, aos liberais, uma política distinta da do falecido rei.
Entre 1833 e 1840, desenvolveu-se, na Espanha, a Primeira Guerra Carlista entre os partidários do infante Carlos María Isidro, conhecidos como carlistas e partidários de um regime absolutista; e os de Isabel II, partidários de um regime liberal e denominados cristinos por apoiar a regente María Cristina.
O Carlismo foi um movimento político legitimista de caráter antiliberal e antirrevolucionário que pretendia o estabelecimento de um ramo alternativo da dinastia dos Bourbons ao trono espanhol, e que em suas origens propunha a volta ao Antigo Regime.
Do lado cristino, o general Baldomero Espartero, após muitas lutas, firmou a paz mediante o Convênio de Oñate, em 29 de agosto de 1839. Desfrutando de uma grande popularidade, Espartero se uniu ao Partido Progressista e conseguiu ser nomeado Presidente do Conselho de Ministros mas o apoio insuficiente o obrigou a renunciar. Espartero liderava, sem oposição, o Partido Progressista e necessitava de uma maioria suficiente nas Cortes. Porém acabou entrando em choque com a regente. Uma rebelião generalizada contra Maria Cristina nas cidades mais importantes como Barcelona, Zaragoza e Madrid a fez renunciar e entregar a Regência do Estado e a custódia de suas filhas, incluindo a da rainha Isabel, nas mãos do general. O modo ditatorial de governar, personalista e militarista, provocou a inimizade de muitos dos partidários de Espartero, fazendo com que, em 1841, se iniciasse uma Revolução. Em 1843, Espartero se viu obrigado a dissolver as Cortes.
Diante do fracasso da regência de Esparteiro, em 1843 as Cortes Gerais da Espanha resolveram reconhecer a maioridade de Isabel II quando ela tinha ainda apenas 13 anos. Em 10 de novembro de 1843, Isabel II jurou a constituição espanhola de 1837, que havia substituído a de Cádis.
Seu reinado, até 1868, foi de altos e baixos. Seu início foi tumultuoso com sua indicação do progressista Salustiano Olózaga mas depois de alguns incidentes, este foi obrigado a renunciar e em seu lugar entrou o moderado Ramón María Narváez, nomeado Presidente do Governo da Espanha. Foi no governo de Narváez que foi decretada a Constituição de 1845.
Após o período de governo conhecido como década moderada, os progressistas chegaram ao poder em 1854 e ficaram até 1856 (este período conhecido como Biênio Progressista). Em 1860, através do general O’Donnell, a União Liberal chegou ao poder. Neste mesmo ano, Carlos Bourbon fracassou em mais uma tentativa de reivindicar o trono a seu favor com uma nova guerra carlista.
Em 1868, o reinado de Isabel II chegou ao fim com a Revolução conhecida como “A Gloriosa” ( e também como “Setembrina”), revolução esta iniciada por descontentamentos com seu reinado.
Sexênio Democrático foi o período da história da Espanha transcorrido desde o triunfo da revolução de setembro de 1868 até o pronunciamento de dezembro de 1874 que deu começo à etapa conhecida como Restauração.
Reinado de Amadeu I de Saboia
Com a Revolução de 1868, Isabel II foi destronada e foi proclamada uma monarquia constitucional. Foi posto como regente o general Serrano. Houve na época uma dificuldade inerente à troca de regime e de encontrar um rei que aceitasse o cargo. Finalmente em 16 de novembro de 1870 com o apoio do setor progressista das Cortes Gerais e dos Carlistas, Amadeu,da casa de Saboia, foi empossado como Rei.
Amadeu teve sérias dificuldades devido à instabilidade dos políticos espanhóis, às conspirações republicanas, aos movimentos carlistas (Terceira Guerra Carlista), ao movimento separatista de Cuba, às disputas entre seus próprios aliados e a uma tentativa de assassinato. Abdicou por iniciativa própria em 11 de fevereiro de 1873. À sua partida, proclamou-se a Primeira República Espanhola.
Primeira República
Com a renúncia da Amadeu I, a população de Madrid e deputados republicanos fundaram a Primeira República Espanhola. São formadas duas correntes principais: os unitários, que preferem um estado de controle centralizado, e os federais, que propõem uma menor centralização do poder em favor de regiões administrativas menores.
A Primeira República Espanhola durou onze meses, nos quais se sucederam quatro Presidentes. O primeiro presidente foi Estanislao Figueras (unitário). Em junho do mesmo ano, a assembleia constituinte empossa Francisco Pi y Margall (federal). Rebeliões separatistas por todo o país induzem a renúncia de Pi y Margall, que foi sucedido por Nicolás Salmerón (federal), que ordena ao exército sufocar as revoltas.
A debilidade de seu nascimento, que provocou a posterior restauração bourbônica, deveu-se a vários fatores, entre os quais se destacam a falta de uma base social suficiente, dado o descontentamento dos campesinos e trabalhadores; a organizada oposição dos conservadores ou monárquicos, incluídos os levantamentos carlistas e a carência de uma burguesia que sustentasse o sistema.
A Restauração Bourbônica foi o período que aconteceu na Espanha desde o pronunciamento do general Martínez Campos em 1874, que acaba com a Primeira República, e a proclamação da Segunda República em 14 de abril de 1931. O período caracterizou-se por uma certa estabilidade institucional, a conformação de um modelo liberal do Estado e a incorporação dos movimentos sociais e políticos, fruto da revolução industrial, que começou sua decadência com a ditadura de Miguel Primo de Rivera em 1923.
Reinado de Afonso XII
Seu reinado consistiu principalmente em restaurar a monarquia e acabar com todas as lutas internas o que lhe valeu o apelido de “o Pacificador”. Também aprovou a nova Constituição de 1876. Morreu em 1885 de tuberculose em Madrid.
Reinado de Afonso XIII
Afonso XIII era filho do rei Afonso XII de Espanha e de Maria Cristina de Habsburgo-Lorena. Foi proclamado rei na altura do seu nascimento e sua mãe foi a regente durante o período de sua menoridade. Somente em 1902, ao completar 16 anos, foi declarado maior de idade e assumiu as funções de chefe de Estado. Na época da regência de sua mãe, a Espanha perdeu as colônias de Cuba, Puerto Rico e Filipinas. No século XX, com a guerra de Marrocos, a Espanha perdeu o domínio militar que tinha sobre a cidade de Melilla. Devido a essas perdas, a Espanha sofreu numerosas revoltas sociais, que levaram a que o capitão Miguel Primo de Rivera organizasse um golpe de estado em 13 de setembro de 1923, protegido pelo próprio Afonso XIII. Começaram então a surgir manifestações contra a monarquia que protegeu o ditador Rivera. Foi assim que os partidos políticos espanhóis se uniram contra o rei e este acabou renunciado à chefia do Estado, mas sem abdicar formalmente.
Ditadura de Primo de Rivera
A Ditadura de Primo de Rivera foi o período da história espanhola, desde o golpe de Estado do capitão-general Miguel Primo de Rivera, de 13 de setembro de 1923, até 28 de janeiro de 1930, até à sua substituição pela chamada Dictablanda, do general Dámaso Berenguer.
A distribuição geográfica do crescimento da população espanhola entre 1920 e 1950, depois da crise económica de 1927, acentuada em 1929, a violenta repressão dos trabalhadores e intelectuais e a falta de sintonia entre a burguesia e a ditadura, a monarquia, cúmplice, será o objeto em questão a partir da união de toda a oposição em agosto de 1930 no chamado Pacto de San Sebastián.
Com a demissão de Miguel Primo de Rivera, a 28 de janeiro de 1930, a ditadura é substituída pela chamada Dictablanda do general Dámaso Berenguer.
Porém, os governos de Dámaso Berenguer e de Juan Bautista Aznar-Cabañas, não fizeram outra coisa a não ser aumentar a decadência. Depois do fracasso da Dictablanda, Alfonso XIII tentou devolver o debilitado regime monárquico à senda constitucional e parlamentar, convocando eleições municipais para 12 de abril de 1931. Constatando a falta de apoio popular nas cidades, o Rei Afonso XIII, decidiu o exílio a 14 de abril de 1931, dando assim fim à restauração bourbônica na Espanha.
A Segunda República foi o regime político entre 14 de abril de 1931, data de da proclamação da mesma e da saída de Espanha do Rei Afonso XIII, e 1 de abril de 1939, data da vitória definitiva do general Francisco Franco na Guerra Civil Espanhola.
Depois da proclamação da República, Niceto Alcalá-Zamora governou provisoriamente (até 14 de outubro). Após a sua demissão, foi substituído por Manuel Azaña. Em 10 de dezembro, após eleições, Niceto Alcalá-Zamora voltou ao poder, ficando neste cargo até 7 de abril de 1936, quando o novo governo da Frente Popular da Espanha pediu a sua demissão e novamente Manuel Azaña o substituiu. Em 9 de dezembro de 1931, foi aprovada uma nova Constituição Espanhola.
A instabilidade política derivou finalmente num falido golpe de estado de um setor do exército contra o Governo legal da República, dando passo à Guerra Civil Espanhola, concluindo a 1 de abril de 1939 com a vitória dos rebeldes.
Foi o conflito bélico que se instalou depois do malogrado golpe de estado de um setor do exército contra o Governo legal da Segunda República Espanhola e que assolou o país entre 17 de julho de 1936 e 1 de abril de 1939, concluindo com a vitória dos rebeldes e a instauração de um regime ditatorial encabeçado pelo general Francisco Franco.
Desde o golpe de estado de 18 de julho a república tinha problemas mesmo na zona leal, onde o golpe não venceu imediatamente, devido à enorme influência de certos partidos e pelas tentativas de instalar a democracia direta por parte de grupos anarquistas como a Confederação Nacional do Trabalho e depois por uma importante influência comunista. Houve 70 mil assassinados na zona republicana e 55 mil assassinados na zona nacionalista. O número de vítimas civis, ainda que se discuta, muitos acreditam situar-se entre as 500 mil e o 1 milhão de pessoas. A Revolução Espanhola (de esquerda) foi destruída militarmente pelos franquistas, que tinham apoio da Alemanha, enquanto os grupos esquerdistas contavam apenas com um pequeno apoio da então União Soviética.
Esta guerra é, frequentemente, considerada uma “preliminar” da Segunda Guerra Mundial, pela participação de potências internacionais. A princípio, os militares receberam apoio dos regimes fascistas europeus (Alemanha e Itália), Portugal e Irlanda. O Governo republicano recebeu apoio da URSS, único país comunista de Europa, e do México. A França, o Reino Unido e os Estados Unidos, decidiram manter-se à margem do conflito.
O governo do general Francisco Franco, conhecido como franquismo, começou quando este se proclamou caudilho da Espanha ao vencer a Guerra Civil Espanhola em 1939, e acabou com sua morte em 1975. Nos anos 40, o franquismo praticou uma forte repressão política dos perdedores da guerra (democratas liberais, nacionalistas periféricos, socialistas, comunistas, anarquistas etc). A Espanha havia perdido, na guerra, uma parte significativa de sua população e de sua capacidade produtiva. A escassez multiplicou as situações de fome e perpetuaram a miséria extrema. A situação piorou com o início da Segunda Guerra Mundial, durante a qual a Espanha se declarou neutra. Do final da guerra até 1965, surgiram guerrilheiros (chamados de maquis) contra o franquismo.
Nos anos 1950, a posição geográfica da Espanha e seu regime político acabaram se convertendo em estratégicos para Estados Unidos e seus aliados europeus frente à União Soviética na Guerra Fria. Diante disto, os Estados Unidos estabeleceram bases militares no território espanhol e, como contrapartida, em 1951, a Espanha começou a receber assistência económica. A aliança da Espanha com os Estados Unidos acabou com o isolamento internacional e abriu a economia. Em 1957, um grupo de tecnocratas entrou no governo e deu o giro definitivo à política económica, colocando, em prática, um duro Plano de Estabilização conforme as diretrizes do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Nos anos 1960 e princípios dos 1970, o desenvolvimento económico foi notável, ainda que fosse desigual o nível de vida da maioria da população. Este crescimento económico foi propiciado pela expansão do turismo e pela entrada de divisas de emigrantes. Surgiram grupos terroristas como o Pátria Basca e Liberdade (ETA) e a Frente Revolucionária Antifascista e Patriota (FRAP), e a repressão veio inclusive sob a forma de pena de morte. Em 1969, Juan Carlos foi nomeado príncipe. Ainda com a monarquia estabelecida, Franco continuou como chefe de governo até 1975, ano da sua morte.
Se entende por Transição Espanhola ou nova restauração borbônica, o processo pelo que a Espanha passou da ditadura de Francisco Franco, a um Estado social, democrático e de direito. As datas de duração mais aceitas são de 20 de novembro de 1975 para seu início (data de falecimento do ditador) e 28 de outubro de 1982 (vitória eleitoral do PSOE) para sua finalização.
O Rei Juan Carlos confirmou Arias Navarro no cargo de Presidente do Governo, mas pediu a sua demissão em 1976. Neste mesmo ano foi aprovado o Referendo sobre a Lei para a Reforma Política e, como consequência desta aprovação, foram realizadas as primeiras eleições democráticas, em 15 de junho de 1977. Nas eleições triunfa a União de Centro Democrático (UCD), partido dirigido por Adolfo Suárez. Em 1978 aprova-se uma constituição democrática mediante referendo.
Em 1979, ocorreram novas eleições legislativas nas quais a UCD conservou a maioria relativa no Congresso e a absoluta no Senado. Em 1981, Adolfo Suárez se demitiu devido ao distanciamento com o Rei e às pressões internas de seu partido. Durante a votação no Congresso de Deputados para eleger o sucessor a Leopoldo Calvo-Sotelo, se produziu a tentativa de golpe de Estado, conhecida como 23-F, que fracassou. Calvo Sotelo dissolveu o parlamento e marcou novas eleições para 1982. O resultado das eleições foi uma grave derrota da UCD e a vitória do PSOE, um partido de centro-esquerda.
epois da restauração da democracia, o PSOE converteu-se em um dos grandes partidos do governo. Sob comando de Felipe González, o PSOE assumiu a tarefa de governar a Espanha entre 1982 (quando obteve uma contundente maioria no Congresso) e 1996, um dos mandatos mais longos da história moderna da Espanha (o desgaste do PSOE devido à aparição de importantes casos de corrupção e o envolvimento de altos cargos do PSOE no financiamento e apoio ao terrorismo de Estado dos Grupos Antiterroristas de Libertação, levou, ao governo, o Partido Popular).
Durante o governo do PSOE, o país acometeu uma notável transformação em todos os âmbitos, destacando-se a extensão dos serviços públicos e o Estado do bem-estar ou a integração da Espanha na Comunidade Econômica Europeia (1986). A derrota de 1996 e a posterior renuncia de Felipe González levou o PSOE a uma grave crise de liderança que se estendeu até 2000, quando o Congresso Federal elegeu José Luis Rodríguez Zapatero como novo secretário geral.
Já no período democrático, a Espanha tentou superar problemas internos como o terrorismo. Após intentos malsucedidos dos sucessivos governos de finalizar com o terrorismo, o ETA declarou uma trégua indefinida em 2011.
Fatos importantes
1986:
1 de janeiro: A Espanha ingressa oficialmente na Comunidade Econômica Europeia.
22 de junho: São realizadas eleições gerais com vitória maioria absoluta do PSOE. Felipe González segue à frente do governo.
1992
25 de julho a 9 de agosto: Realizam-se os Jogos Olímpicos de Barcelona.
Exposição Universal de Sevilha
1993
Vitória do PSOE nas eleições gerais com Felipe González à frente do governo.
1996:
Eleições gerais: maioria relativa do Partido Popular (PP) liderado por José María Aznar.
2000:
Eleições gerais: maioria absoluta do PP. José María Aznar continua à frente do governo.
2002:
1 de janeiro: O euro se converte na moeda oficial do país, abandonando-se a peseta.
2003:
O apoio do governo à guerra do Iraque provoca múltiplas manifestações de protestos em todo país.
2004:
11 de março: Três dias antes das eleições gerais espanholas, ocorre uma série de atentados em Madri que mata pelo menos 190 pessoas.
14 de março: Ganha, as eleições, o PSOE, e José Luis Rodríguez Zapatero se torna presidente e María Teresa Fernández de la Vega se torna a primeira Vice-presidente do governo espanhol.
Em 22 de maio, o príncipe Filipe se casa com a jornalista Letizia Ortiz Rocasolano.
2005:
3 de julho: A Espanha torna-se o primeiro país no mundo a dar o direito de adoção a casais homossexuais.
A Espanha, como foi observado, é um Estado-nação nascido da luta religiosa entre o catolicismo e, por sua vez, o islamismo, o judaísmo e o protestantismo. Depois de séculos da Reconquista, na qual os espanhóis cristãos lutaram para expulsar os muçulmanos da Europa, a Inquisição procurou completar a purificação religiosa da Península Ibérica expulsando judeus, protestantes e outros descrentes. A Inquisição foi finalmente abolida apenas na década de 1830, e mesmo depois disso a liberdade religiosa foi negada na prática, se não na teoria. O catolicismo se tornou a religião oficial em 1851, quando o governo espanhol assinou uma Concordata com o Vaticano que comprometeu Madrid a pagar os salários do clero e a subsidiar outras despesas da Igreja Católica Romana.
O advento do regime de Franco viu a restauração dos privilégios da igreja. Durante os anos de Franco, o catolicismo romano era a única religião com status legal; outros cultos de adoração não podiam ser anunciados, e apenas a Igreja Católica Romana poderia possuir propriedades ou publicar livros. O governo não só continuou a pagar os salários dos padres e a subsidiar a igreja, mas também ajudou na reconstrução dos prédios da igreja danificados pela guerra. Leis foram aprovadas abolindo o divórcio e proibindo a venda de anticoncepcionais. A instrução religiosa católica era obrigatória, mesmo nas escolas públicas. Franco garantiu em troca o direito de nomear bispos católicos romanos na Espanha, bem como poder de veto sobre nomeação de clérigos até o nível de pároco. Em 1953, essa cooperação estreita foi formalizada em uma nova Concordata com o Vaticano, que concedeu à Igreja um conjunto extraordinário de privilégios: casamentos canônicos obrigatórios para todos os católicos; isenção de impostos governamentais; subsídios para construção de novos edifícios; censura de materiais que a igreja considerou ofensivos; o direito de estabelecer universidades, operar estações de rádio e publicar jornais e revistas; proteção contra intrusão policial nas propriedades da igreja; e isenção do clero do serviço militar. subsídios para construção de novos edifícios; censura de materiais que a igreja considerou ofensivos; o direito de estabelecer universidades, operar estações de rádio e publicar jornais e revistas; proteção contra intrusão policial nas propriedades da igreja; e isenção do clero do serviço militar. subsídios para construção de novos edifícios; censura de materiais que a igreja considerou ofensivos; o direito de estabelecer universidades, operar estações de rádio e publicar jornais e revistas; proteção contra intrusão policial nas propriedades da igreja; e isenção do clero do serviço militar.
A proclamação do Concílio Vaticano II em favor da separação entre Igreja e Estado em 1965 forçou a reavaliação dessa relação especial. No final dos anos 1960, o Vaticano tentou reformar a Igreja na Espanha, nomeando os liberais como bispos interinos, ou interinos, contornando assim o domínio de Franco sobre o clero do país. Em 1966, o regime de Franco aprovou uma lei que libertou outras religiões de muitas das restrições anteriores, embora também reafirmasse os privilégios da Igreja Católica. Qualquer tentativa de revisar a Concordata de 1953 encontrou a resistência rígida do ditador.
Em 1976, porém, o rei Juan Carlos de Borbon renunciou unilateralmente ao direito de nomear os bispos; mais tarde naquele mesmo ano, Madri e o Vaticano assinaram um novo acordo que restaurou à Igreja seu direito de nomear bispos, e a Igreja concordou com uma Concordata revisada que acarretava uma separação financeira gradual entre Igreja e Estado. A propriedade da igreja não usada para fins religiosos estava, doravante, sujeita a impostos e, gradualmente, ao longo de um período de anos, a dependência da igreja de subsídios do estado foi reduzida. O cronograma para essa redução não foi cumprido, entretanto, a igreja continuou a receber o subsídio público até 1987 (US$ 110 milhões somente naquele ano). De fato,
Foi necessária a nova Constituição de 1978 para confirmar o direito dos espanhóis à liberdade religiosa e para iniciar o processo de desestabilização do catolicismo como religião oficial. Os redatores da Constituição tentaram lidar com a intensa controvérsia em torno do apoio do estado à Igreja, mas não foram totalmente bem-sucedidos. O esboço inicial da Constituição nem mesmo mencionava a igreja, o que foi incluído quase como uma reflexão tardia e somente após intensa pressão da liderança da igreja. O Artigo 16 desestabelece o Catolicismo Romano como religião oficial e estabelece que a liberdade religiosa para não católicos é um direito legal protegido pelo Estado, substituindo assim a política de tolerância limitada de práticas religiosas não católicas. O artigo afirma ainda, que “as autoridades públicas devem levar em conta as crenças religiosas da sociedade espanhola e devem manter as relações de cooperação consequentes com a Igreja Católica e as outras confissões.” Além disso, o Artigo 27 também gerou polêmica ao parecer prometer subsídios governamentais contínuos para escolas privadas afiliadas a igrejas. Essas escolas foram duramente criticadas pelos socialistas espanhóis por terem criado e perpetuado um sistema escolar baseado em classes, separado e desigual. A Constituição, entretanto, não inclui nenhuma afirmação de que a maioria dos espanhóis são católicos ou que o Estado deve levar em conta os ensinamentos do catolicismo. O Artigo 27 também gerou polêmica ao parecer prometer subsídios governamentais contínuos para escolas privadas afiliadas a igrejas. Essas escolas foram duramente criticadas pelos socialistas espanhóis por terem criado e perpetuado um sistema escolar baseado em classes, separado e desigual. A Constituição, entretanto, não inclui nenhuma afirmação de que a maioria dos espanhóis são católicos ou que o Estado deve levar em conta os ensinamentos do catolicismo. O Artigo 27 também gerou polêmica ao parecer prometer subsídios governamentais contínuos para escolas privadas afiliadas a igrejas. Essas escolas foram duramente criticadas pelos socialistas espanhóis por terem criado e perpetuado um sistema escolar baseado em classes, separado e desigual. A Constituição, entretanto, não inclui nenhuma afirmação de que a maioria dos espanhóis são católicos ou que o Estado deve levar em conta os ensinamentos do catolicismo.
A ajuda financeira do governo para a igreja era uma questão difícil e controversa. A igreja argumentou que, em troca do subsídio, o estado havia recebido os serviços sociais, de saúde e educacionais de dezenas de milhares de padres e freiras que desempenhavam funções vitais que o próprio estado não poderia ter desempenhado. No entanto, a Concordata revisada deveria substituir o auxílio estatal direto à igreja por um esquema que permitiria aos contribuintes designar uma determinada parte de seus impostos para ser desviada diretamente para a igreja. Até 1985, os contribuintes podiam deduzir até 10% de sua renda tributável para doações à Igreja Católica. Em parte por causa dos protestos contra este arranjo de representantes da Espanha e outros grupos religiosos, as leis tributárias foram alteradas em 1987 para que os contribuintes pudessem escolher entre dar 0,52% de seu imposto de renda à igreja e alocá-lo aos orçamentos de bem-estar e cultura do governo. Por três anos, o governo continuaria a dar à igreja um subsídio gradualmente reduzido, mas depois disso a igreja teria que subsistir com seus próprios recursos. O governo continuaria, porém, com seu programa de subsídio às escolas católicas, que em 1987 custou aos contribuintes espanhóis cerca de US$ 300 milhões, sem contar os salários dos professores, que eram pagos diretamente pelo Ministério da Educação e Ciência. 52 por cento de seu imposto de renda para a igreja e alocando-o para os orçamentos de bem-estar e cultura do governo. Por três anos, o governo continuaria a dar à igreja um subsídio gradualmente reduzido, mas depois disso a igreja teria que subsistir com seus próprios recursos. O governo continuaria, porém, com seu programa de subsídio às escolas católicas, que em 1987 custou aos contribuintes espanhóis cerca de US$ 300 milhões, sem contar os salários dos professores, que eram pagos diretamente pelo Ministério da Educação e Ciência. 52 por cento de seu imposto de renda para a igreja e alocando-o para os orçamentos de bem-estar e cultura do governo. Por três anos, o governo continuaria a dar à igreja um subsídio gradualmente reduzido, mas depois disso a igreja teria que subsistir com seus próprios recursos. O governo continuaria, porém, com seu programa de subsídio às escolas católicas, que em 1987 custou aos contribuintes espanhóis cerca de US $ 300 milhões, sem contar os salários dos professores, que eram pagos diretamente pelo Ministério da Educação e Ciência. mas depois disso a igreja teria que subsistir com seus próprios recursos. O governo continuaria, porém, com seu programa de subsídio às escolas católicas, que em 1987 custou aos contribuintes espanhóis cerca de US$ 300 milhões, sem contar os salários dos professores, que eram pagos diretamente pelo Ministério da Educação e Ciência. mas depois disso a igreja teria que subsistir com seus próprios recursos. O governo continuaria, porém, com seu programa de subsídio às escolas católicas, que em 1987 custou aos contribuintes espanhóis cerca de US$ 300 milhões, sem contar os salários dos professores, que eram pagos diretamente pelo Ministério da Educação e Ciência.
Quem visita a Espanha deve estar constantemente ciente da presença física da igreja em edifícios, museus e celebrações religiosas. Em uma população de cerca de 39 milhões, o número de não católicos provavelmente não passava de 300.000. Cerca de 250.000 deles eram de outras religiões cristãs, incluindo várias denominações protestantes, Testemunhas de Jeová e mórmons. O número de judeus na Espanha foi estimado em cerca de 13.000. Mais de 19 em cada 20 espanhóis eram católicos batizados; cerca de 60 por cento deles assistiram à missa; cerca de 30% dos católicos batizados o faziam regularmente, embora esse número tenha caído para cerca de 20% nas cidades maiores. Em 1979, cerca de 97% de todos os casamentos eram realizados de acordo com a religião católica.
No entanto, havia forças em ação, ocasionando mudanças fundamentais no lugar da igreja na sociedade. Uma dessas forças foi a melhoria da sorte econômica da grande maioria dos espanhóis, tornando a sociedade mais materialista e menos religiosa. Outra força foi a mudança massiva da população de fazendas e vilas para os crescentes centros urbanos, onde a igreja tinha menos influência sobre os valores de seus membros. Essas mudanças estavam transformando a maneira como os espanhóis definiam sua identidade religiosa.
Ser católico na Espanha tinha cada vez menos a ver com a frequência regular à missa e mais a ver com a observância rotineira de rituais importantes, como batismo, casamento e sepultamento de mortos. Uma pesquisa de 1980 revelou que, embora 82% dos espanhóis fossem crentes no catolicismo, muito poucos se consideravam bons praticantes da fé. No caso dos jovens do país, percentagens ainda menores se consideram católicos “muito bons” ou “praticantes”.
Em contraste com uma era anterior, quando a rejeição da igreja acompanhava a educação, no final da década de 1980, estudos mostraram que quanto mais educada uma pessoa era, maior a probabilidade de ela ser católica praticante. Essa nova aceitação da igreja deveu-se em parte ao novo autocontenção da igreja na política. Em uma mudança significativa em relação à era pré-Guerra Civil, a igreja aceitou a necessidade de separação da religião e do estado, e até desencorajou a criação de um partido democrata-cristão no país.
Os vínculos tradicionais entre a direita política e a Igreja não ditavam mais as preferências políticas; nas eleições gerais de 1982, mais da metade dos católicos praticantes do país votou no PSOE. Embora a liderança socialista professasse agnosticismo, de acordo com pesquisas entre 40% e 45% dos membros comuns do partido tinham crenças religiosas, e mais de 70% destes professavam ser católicos. Entre os que entraram na festa após a morte de Franco, cerca de metade se considerava católica.
Um indicador importante das mudanças ocorridas no papel da Igreja foi a redução do número de espanhóis nas ordens sacras. Em 1984, o país tinha mais de 22.000 párocos, quase 10.000 monges ordenados e quase 75.000 freiras. Esses números ocultaram uma realidade preocupante, no entanto. Mais de 70 por cento do clero diocesano tinha entre 35 e 65 anos; a idade média do clero em 1982 era de 49 anos. No limite superior da faixa etária, os números baixos refletiram o impacto da Guerra Civil, na qual morreram mais de 4.000 párocos. Na extremidade inferior, a escassez de padres mais jovens refletia a crise geral de vocações em todo o mundo, que começou a ser sentida na década de 1960. Seus efeitos foram sentidos de forma especialmente aguda na Espanha. A crise foi observada no declínio do número de jovens que ingressam no sacerdócio e no aumento do número de padres que deixam as Ordens Sacras. O número de seminaristas na Espanha caiu de mais de 9.000 na década de 1950 para apenas 1.500 em 1979, embora tenha aumentado ligeiramente em 1982 para cerca de 1.700.
Mudanças no significado social das vocações religiosas talvez fizessem parte do problema; ter um padre na família não parecia mais despertar o tipo de orgulho que os membros da família teriam sentido no passado. A principal razão na maioria dos casos, porém, foi a proibição contínua da Igreja do casamento de padres. Anteriormente, a crise não era particularmente séria por causa da distribuição de idade do clero. À medida que o século XX se aproxima do fim, porém, surgirá um sério desequilíbrio entre os que entram no sacerdócio e os que o deixam. Os efeitos desta crise já eram visíveis no declínio do número de párocos na Espanha – de 23.620 em 1979 para pouco mais de 22.000 em 1983.
Outro sinal do declínio do papel da igreja na vida espanhola foi a diminuição da importância do controverso instituto religioso secular, Opus Dei (Obra de Deus). O Opus Dei era um organismo religioso laico mundial que não aderia a nenhuma filosofia política particular e era alegadamente apolítico. A organização foi fundada em 1928 por um padre espanhol, José Maria Escrivá de Balaguer y Albas, como uma reação à crescente secularização das universidades espanholas, e o ensino superior continuou a ser uma das principais prioridades do instituto. Apesar de seu compromisso público com uma postura apolítica, os membros do Opus Dei chegaram a ocupar posições-chave no regime de Franco, especialmente no campo da formulação de políticas econômicas no final dos anos 1950 e início dos 1960. Os membros do Opus Dei dominaram o grupo de tecnocratas liberais que planejou a abertura da economia autárquica da Espanha depois de 1957. Após o assassinato do primeiro-ministro Luis Carrero Blanco em 1973 (freqüentemente rumores de ser um membro do Opus Dei), no entanto, a influência do instituto diminuiu drasticamente . O segredo da ordem e de suas atividades e o poder de seu mito ajudaram-na a manter sua forte posição de influência na Espanha; mas havia pouca dúvida de que, em comparação com os anos 1950 e 1960, o Opus Dei deixou de ser uma das principais organizações políticas do país para ser simplesmente um entre muitos grupos que competem pelo poder em uma sociedade aberta e pluralista. Após o assassinato do primeiro-ministro Luis Carrero Blanco em 1973 (freqüentemente rumores de ser um membro do Opus Dei), no entanto, a influência do instituto diminuiu drasticamente. O segredo da ordem e de suas atividades e o poder de seu mito ajudaram-na a manter sua forte posição de influência na Espanha; mas havia pouca dúvida de que, em comparação com as décadas de 1950 e 1960, o Opus Dei deixou de ser uma das principais organizações políticas do país para ser simplesmente um entre muitos grupos que competem pelo poder em uma sociedade aberta e pluralista. Após o assassinato do primeiro-ministro Luis Carrero Blanco em 1973 (freqüentemente rumores de ser um membro do Opus Dei), no entanto, a influência do instituto diminuiu drasticamente. O segredo da ordem e de suas atividades e o poder de seu mito ajudaram-na a manter sua forte posição de influência na Espanha; mas havia pouca dúvida de que, em comparação com os anos 1950 e 1960, o Opus Dei deixou de ser uma das principais organizações políticas do país para ser simplesmente um entre muitos grupos que competem pelo poder em uma sociedade aberta e pluralista. O segredo da ordem e de suas atividades e o poder de seu mito ajudaram-na a manter sua forte posição de influência na Espanha; mas havia pouca dúvida de que, em comparação com as décadas de 1950 e 1960, o Opus Dei deixou de ser uma das principais organizações políticas do país para ser simplesmente um entre muitos grupos que competem pelo poder em uma sociedade aberta e pluralista. O segredo da ordem e de suas atividades e o poder de seu mito ajudaram-na a manter sua forte posição de influência na Espanha; mas havia pouca dúvida de que, em comparação com as décadas de 1950 e 1960, o Opus Dei deixou de ser uma das principais organizações políticas do país para ser simplesmente um entre muitos grupos que competem pelo poder em uma sociedade aberta e pluralista.
No final da década de 1980, entretanto, a Igreja deu mostras de se tornar mais conservadora do que liberal. Depois de anos sendo a minoria na hierarquia da Igreja, os líderes católicos conservadores reafirmaram seu poder e influência e estavam começando a arrancar o poder dos liberais. Um indicador revelador do retorno dos conservadores ao controle dentro da Igreja foi a batalha no final de 1987 sobre a política editorial da principal revista semanal católica espanhola, Vida Nueva , que terminou com a expulsão do editor liberal e sua substituição por um conservador.
- As liberdades religiosas e políticas conquistadas em 1975 transformaram a nação, mas a alta filiação religiosa e a liberdade não se traduzem em fé genuína. Isso se reflete nos desafios do materialismo, individualismo e crescente abuso de substâncias. A liberdade religiosa conquistada é aproveitada pelas Testemunhas de Jeová, Mórmons e filosofias da Nova Era. Ore para que a verdade sobre Jesus seja revelada por sábios líderes cristãos de todas as confissões.
- A Igreja Católica Romana é fortemente tradicional e mantém muita influência, mas precisa ser renovada. O norte é mais leal ao catolicismo, mas no centro e no sul a religião está se tornando irrelevante para a maioria secularizada. Em algumas áreas do sul, menos de 3% assistem à missa, apesar dos esforços de várias congregações para alcançar os jovens e suas famílias. Ore para que o Espírito Santo opere para que muitos sejam libertados do tradicionalismo e encontrem as Escrituras e o Salvador de uma forma significativa.
- O crescimento evangélico continua encorajador, mas também é dificultado por certos desafios:
- a) Divisões sérias. Muitas denominações sofreram divisões amargas, especialmente algumas denominações pentecostais. Algum progresso recente foi feito para superá-los; ore para que as igrejas se especializem nos elementos centrais da fé e estenda a graça nos distintivos menores.
- b) A necessidade de uma visão unida. A Aliança Evangélica Portuguesa (EA) continua crescendo e impactando, com um desenvolvimento necessário. Ore por sabedoria, visão e coragem para seus líderes e membros, já que a EA desempenha um papel fundamental.
- c) A necessidade de paixão pelos perdidos. A Igreja portuguesa tem um papel único a desempenhar pela grande difusão da língua. A maioria das igrejas poderia facilmente aumentar o envolvimento no evangelismo e na missão. Algumas igrejas e missões estão ativas no envio. Uma nova agência nacional de envio (MEVIC) começou recentemente.
- d) Plantação de igrejas. Muitas outras igrejas são necessárias. A DAWN Ministries, em conjunto com a EA, tinha como meta uma meta de 4.000 igrejas evangélicas até 2015. Vários grupos adotaram modelos de igreja em células, mas enfrentam a dificuldade de que, para muitos portugueses, uma estrutura física comunica legitimidade religiosa. Ore pelo crescimento contínuo da igreja, por locais de reunião adequados e acessíveis e por líderes para essas futuras igrejas.
- Muitas congregações carecem de obreiros em tempo integral com profundidade teológica adequada e maturidade espiritual; o crescimento da igreja agrava esse problema. Estas instituições são, portanto, altamente estratégicas: Assembleias de Deus, Instituto Bíblico Português (Greater Europe Mission, European Christian Mission), Institutos Bíblicos Presbiterianos, Batistas e Betel, fundados no Brasil. Os programas TEE e o Núcleo, um curso bíblico por correspondência amplamente utilizado, também são estratégicos. Ore para que estes possam contribuir para atender às necessidades ministeriais das igrejas.
Ainda existem desafios de pioneiros, apesar do crescimento recente da igreja. Ore:
a) Pelas sete províncias do Norte e do Nordeste, de forte tradição católica; onde há relativamente poucas igrejas evangélicas. A Igreja dos Irmãos, os batistas, as assembleias de Deus, Greater Europe Mission, The Evangelical Alliance Mission, European Christian Mission, Missão Antioquia e várias outras missões, todos têm programas de plantação de igrejas na área.
b) Pelas quatro províncias do sul mais pobres e muito menos religiosas. A frequência à missa é muito baixa e as igrejas evangélicas são poucas.
c) Pelos 316 municípios, 44 dos quais ainda não têm congregação evangélica. Este é um progresso louvável dos 69 em 2000 que não tinham uma igreja. A Aliança Evangélica estabeleceu uma meta de plantar uma igreja em cada condado até 2015 por meio de suas igrejas e organizações membros. Ore para que essa meta seja alcançada e superada.
d) Pela Ilha da Madeira (270.000 habitantes), que tem menos de 20 pequenas igrejas evangélicas, e pelos Açores (250.000 habitantes), com mais de 26 igrejas, na sua maioria Assembleias de Deus e Batistas.
e) Pelas minorias étnicas. Um grande número de imigrantes continua a entrar em Portugal. As primeiras ondas de africanos ocidentais e brasileiros de língua portuguesa juntaram-se a chineses, macaenses e europeus orientais – especialmente ucranianos, que agora constituem a segunda maior comunidade de Portugal. Muitos deles não são evangelizados, mas estão abertos ao evangelho; ore para que as igrejas (portuguesas e estrangeiras) tenham uma visão que os alcance.
Os jovens são frequentemente negligenciados espiritualmente.
a) O abuso de drogas é um problema crescente – mais de 50% já experimentaram drogas. Desafio Jovem, Betel-Espanha, bem como The Evangelical Alliance Mission e European Christian Mission têm ministérios de reabilitação e discipulado.
b) O trabalho dos alunos ainda está em estágio pioneiro. O GBUP (International Fellowship of Evangelical Students) tem ministério em oito universidades e algumas escolas secundárias. Campus Crusade for Christ International (Ágape) e Navigators também têm ministérios em vários campos.
c) SU e Child Evangelism Fellowship têm ministérios entre crianças em idade escolar.
d) Os esportes são uma forma útil de divulgação. Ágape (Atletas em Ação) e JOCUM (Atletas para Cristo) ministram dessa forma.
As missões de expatriados consideram Portugal um campo difícil mas promissor. O crescimento é conquistado com dificuldade, mas estável; muito não vem da etinia portuguesa, mas de grupos de imigrantes. Trabalhadores de qualidade ainda são muito necessários para evangelismo, plantação de igrejas, treinamento bíblico e música. Uma vasta gama de agências de expatriados trabalham em Portugal. Os brasileiros representam uma parcela particularmente grande de missionários e agências expatriadas; ore para que sejam sensíveis à cultura única de Portugal.
Ministérios da mídia cristã:
a) A Sociedade Bíblica tem um ministério nacional e internacional crescente na produção e distribuição de Bíblias e porções da Bíblia. Em um país nominalmente cristão, o potencial deste ministério é enorme.
b) O Núcleo tem um ministério vital de coordenação para o corpo de Cristo na pesquisa, publicação, impressão de folhetos e distribuição de cassetes e filmes.
c) Dez livrarias cristãs, uma administrada pela CLC International.
d) CEDO, um ministério gospel do WEC, envia 140.000 cópias em português quatro vezes por ano para 60 países ao redor do mundo.
e) O rádio cristão é amplamente utilizado. As estações FM locais e de ondas médias são utilizadas por várias denominações e agências para emitir 35 horas / semana, metade das quais em português. A Evangelical Alliance produz dois programas de TV semanais. Os católicos têm uma estação de TV.
f) A Internet é uma área de ministério evangelístico que precisa ser ocupada por cristãos com as habilidades certas