A foto mais icônica das Olimpíadas tem uma mensagem cristã

Com o dedo apontando para o céu, o surfista Gabriel Medina mostra que o sucesso nos esportes deixou os evangélicos brasileiros menos marginalizados e mais confiantes.

A foto mais icônica das Olimpíadas tem uma mensagem cristã

Há uma mensagem cristã por trás da que pode ser a imagem mais celebrada das Olimpíadas de 2024.

Em 29 de julho, na terceira rodada da competição de surfe de prancha curta [shortboard], o brasileiro Gabriel Medina enfrentou o japonês Kanoa Igarashi, que o havia eliminado nas últimas Olimpíadas. Em sua segunda onda, Medina emergiu de um tubo exuberante, com as palmas das duas mãos abertas e levantadas, sugerindo que os juízes deveriam lhe dar um 10 por sua performance. (Dois dos cinco juízes concordaram com ele; sua pontuação final foi 9,9).

Medina, então, girou para a esquerda, em direção à rebentação, e pulou da prancha, levantando a mão direita e apontando o dedo indicador para o céu. Esta foi a imagem que o fotógrafo da Agence France-Presse, Jérôme Brouillet, capturou.

Os evangélicos brasileiros reconheceram o sinal imediatamente.

“É como se ele estivesse dizendo: ‘Não é para mim que vocês deveriam estar olhando, é para Deus. Este momento de glória não é meu, mas sim dele’”, disse João Guilherme Züge, historiador residente no Museu Paranaense, em Curitiba.

Em comparação com os Estados Unidos, cujos jogadores de beisebol, após fazerem home runs, frequentemente apontam para o céu pelas mais diferentes razões — alguns para expressar gratidão a Deus, outros para homenagear entes queridos já falecidos —, entre os atletas brasileiros o gesto se tornou intimamente associado a esportistas cristãos.

O dedo levantado e apontando para o céu tem sido a marca registrada dos atletas evangélicos brasileiros por mais de 40 anos. Demonstrações públicas de fé após feitos em competições ajudaram a afirmar e a estabelecer a identidade evangélica, especialmente quando o movimento ainda estava em sua infância.

Ninguém parece se lembrar quem foi o primeiro a criar o gesto, mas este ganhou popularidade na década de 1990, principalmente por meio de jogadores de futebol, como Kaká, que levantava os dois dedos indicadores, sabendo que a câmera estaria apontada para ele depois de marcar um gol.

Apesar de sua onipresença, a intenção espiritual por trás da mensagem não necessariamente se difundiu para além dos círculos evangélicos. “[Medina] realmente tem direito e autoridade para se considerar o número um”, comentou no ar, na semana passada, Renata Vasconcellos — âncora do Jornal Nacional da TV Globo, o programa de notícias mais assistido do Brasil —, dando ao gesto de Medina uma interpretação muito diferente.

Mas a natureza discreta do gesto, quase genérica, também ajudou a torná-lo tão popular. Assim como a Copa do Mundo e outras competições internacionais, as Olimpíadas proíbem qualquer “tipo de demonstração ou propaganda política, religiosa ou racial… em quaisquer locais, instalações ou outras áreas olímpicas”.

Essas regras forçaram os atletas que buscam um palco para compartilhar sua fé a fazê-lo discretamente, ou a expressar sua gratidão a Deus em entrevistas ou em postagens nas redes sociais. Medina, por exemplo, postou a foto de Brouillet acompanhada do texto de Filipenses 4.13: “Tudo posso naquele que me fortalece”.

Os atletas evangélicos brasileiros têm sido criativos em suas expressões de fé durante as Olimpíadas deste ano. Rayssa Leal, skatista e medalhista de bronze, e Caio Bonfim, medalhista de prata na marcha atlética, usaram a língua de sinais para se referir a Jesus.

Medina, após perder nas semifinais para o australiano Jack Robinson, compartilhou uma foto em preto e branco de si mesmo com a legenda “Josué 1” — uma referência ao capítulo da Bíblia em que Josué exorta os israelitas a serem “fortes e corajosos” nada menos do que quatro vezes — acompanhada da música “Ousado Amor”, cantada por Isaías Saad. Em 7 de agosto, ele postou uma foto em que aparece do lado de fora do Louvre, recriando sua foto icônica, mais uma vez apontando para o céu com o dedo indicador.

Na década de 1980, quando os evangélicos representavam apenas 6,5% da população brasileira, João Leite, o “goleiro de Deus”, e o atacante Baltazar estiveram entre os fundadores dos Atletas de Cristo, um ministério cujo objetivo era mobilizar atletas para compartilhar o evangelho ao redor do mundo. Desde o início — e espontaneamente, segundo Züge — o dedo apontando para o céu nas comemorações de gols se tornou uma marca registrada do movimento.

O ministério Atletas de Cristo preparava os atletas para se verem como embaixadores de sua fé e os encorajava a pregar e a compartilhar seus testemunhos onde quer que fossem. (Um fruto dessa estratégia foi o goleiro brasileiro Alisson Becker ter batizado Roberto Firmino, seu companheiro no Liverpool, em 2020.)

Esse ministério também foi imensamente bem-sucedido em aumentar a autoestima dos evangélicos brasileiros. Um momento-chave ocorreu durante a final entre Brasil e Itália, na Copa do Mundo da FIFA, em 1994. Quando nenhum dos dois times marcou gols durante o tempo regulamentar nem na prorrogação, o jogo foi para os pênaltis. O Brasil venceu no último chute.

“O maior símbolo daquela Copa foi quando o craque italiano Roberto Baggio perdeu o seu pênalti e o Taffarel, que já tinha defendido uma cobrança, caiu de joelhos, em posição de oração, apontando para o céu”, disse Züge.

O goleiro brasileiro Taffarel (à direita) comemora depois que Roberto Baggio, da Itália (à esquerda), erra seu chute na Copa do Mundo da FIFA.
Image: Getty / Edits by CT O goleiro brasileiro Taffarel (à direita) comemora depois que Roberto Baggio, da Itália (à esquerda), erra seu chute na Copa do Mundo da FIFA.

Testemunhos como esse impactaram os evangélicos brasileiros.

“Quando o cristão via o jogador fazer um belo lance, marcar um gol em uma partida importante e celebrar com o dedo apontando o céu, ele se sentia representado”, disse Reinaldo Olécio Aguiar, sociólogo e pastor da Primeira Igreja Presbiteriana Unida de Vitória. “Mesmo sabendo que era parte de uma minoria, ele via a si mesmo como vitorioso”.

Jogadores como Taffarel sabiam o impacto que tinham sobre o público.

“Desde o início, os Atletas de Cristo souberam usar a mídia”, disse Züge. Os atletas eram treinados para aprender a dar um testemunho de fé em 30 segundos, para aproveitar uma entrevista ao vivo.

A vitória de 2004 também mudou a forma como os atletas evangélicos eram percebidos pelos seus companheiros de equipe.

“Antes disso, todo mundo zombava da gente”, disse Anselmo Reichardt Alves, ex-jogador que se tornou pastor e capelão da seleção brasileira. “Diziam que nós éramos bebês, porque não saíamos para beber com eles, e eles questionavam a nossa masculinidade porque nós não saíamos com várias mulheres”.

Ver essas superestrelas expressando sua fé abertamente também inspirou evangélicos que enfrentavam críticas por tentar viver a própria fé e evitavam participar de tradições populares como o Carnaval.

“Nossas ações eram como um espelho para outros cristãos; ao ver isso, os cristãos que assistiam aos jogos também aprendiam a demonstrar sua fé de um modo destemido”, disse Züge. As pessoas falavam mais abertamente sobre Deus. Se os jogadores podem, por que não eu?

Essa ousadia também pode ter inspirado atletas contemporâneos a serem ousados em sua fé.

“Esportistas agradecendo a Deus por suas vitórias não é novidade, mas o grande número de atletas que estão fazendo isso nesta Olimpíada é notável — especialmente na França, que insistiu para que seus próprios atletas respeitassem as leis secularistas do país”, escreveu a comentarista do The Guardian, Emma John.

O ministério Atletas de Cristo às vezes recebia críticas por encorajar atletas vitoriosos a compartilharem sua fé de maneiras que podiam insinuar que suas conquistas resultavam do fato de terem mais fé do que outros. Alguns comentavam que eles tinham uma possível tendência a ignorar as histórias dos atletas que perdiam, muitos dos quais também tinham frequentemente um relacionamento pessoal com Deus.

“O que dizer quando há cristãos fiéis em ambos os lados?”, disse Aguiar.

Foi o que aconteceu nas Olimpíadas de Paris, durante uma disputa pela medalha de bronze no judô feminino de 52 quilos, entre a brasileira Larissa Pimenta e a italiana Odette Giuffrida. (A CT destacou a história delas em sua cobertura dos melhores momentos olímpicos.)

Depois que Pimenta venceu a luta e conquistou o bronze, ela ficou ali no tatame, chorando. Giuffrida se aproximou e a abraçou. “Levanta”, ela disse a Pimenta, conforme as duas atletas contaram mais tarde. “Toda honra e toda glória você tem que dar para Ele”

Giuffrida compartilhou mais tarde, nas redes sociais, que se lembrava da noite em que Pimenta a levou pela primeira vez a um culto na igreja, depois que começaram a treinar juntas. “Daquele dia em diante, nossas vidas mudaram. E hoje, aqui estamos, independentemente do que aconteceu naquele tatame, independentemente da vitória ou da derrota, agradecendo a Ele em uma final olímpica, na frente do mundo, por tudo”, escreveu ela.

“E essa é a beleza disso. Posso me sentir sincera, posso me sentir com Ele ao meu lado.”

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Adolescentes como ativistas do Evangelho

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Adolescentes como ativistas do Evangelho

A Geração Z é o segredo para reavivar a igreja e mudar o mundo.

Mobilizando adolescentes como ativistas do Evangelho“Eu sou Greta” é um documentário que estreou, no início deste mês, no Festival de Cinema de Veneza. Ele narra a jornada da adolescente ativista pelo clima, Greta Thunberg, e seu compromisso inabalável de fazer o que for preciso para salvar o planeta. Em 2019, Greta atraiu atenção para sua causa, ao cruzar o Atlântico em um veleiro, para comparecer à Conferência sobre Mudança Climática da ONU, em Nova York.

Há também Malala Yousafzai que, quando adolescente, foi baleada e quase morta pelo Talibã, no Paquistão, por sua corajosa dedicação à causa de ver meninas adolescentes de lá terem acesso a educação gratuita e de qualidade. Tempos depois, ela ganhou o Prêmio Nobel da Paz por seu ativismo incomparável.

Desde impedir o tráfico humano até lutar por igualdade racial e acabar com a pobreza, cada vez mais adolescentes estão adotando o ativismo como estilo de vida. Hashtags como #BlackLivesMatter, #GunControl, #EndItMovement (em referência ao tráfico humano), #AnimalRescue, #ClimateChange e #EndPoverty inundam os feeds de mídia social de muitos jovens. A Geração Z anseia por viver em prol de uma missão que importe e de uma causa que conte.

Os adolescentes são idealistas, não realistas. Isso é parte do que os faz incríveis. Ter uma causa utópica em torno da qual se mobilizar apela aos corações e às mentes dos jovens, e de maneiras em relação às quais os adultos costumam se mostrar cínicos, insensíveis ou indiferentes.

Mas o ativismo bem feito muitas vezes pode fazer uma diferença significativa no ponto de vista das pessoas. E, na maioria das vezes, são os jovens que têm sido a ponta de lança desse tipo de ativismo de mudança cultural.

Então, por que essa mesma filosofia não se transferiu para nossas igrejas? Por que tantos líderes das igrejas veem os adolescentes e o ministério de jovens como um tipo de mal necessário? Por que tantos cristãos se referem aos adolescentes como “a igreja do amanhã” e não “a igreja de hoje”?

Há esperança, porém. Investi minha vida na mobilização de adolescentes para a causa de Cristo, e estou cheio de esperança de que isso possa mudar. Se os crentes estiverem dispostos a tomar três ações decisivas, podemos mobilizar a Geração Z para reavivar a igreja e mudar o mundo. Veja como:

1. Comece a levar os adolescentes a sério, como uma força espiritual para a mudança.

Todo grande despertamento espiritual da história da América teve adolescentes na vanguarda. Se você ler a história desse movimento espiritual que varreu as colônias, ficará claro que foi um avivamento liderado principalmente por jovens. O famoso pregador Jonathan Edwards (o mesmo que pregou “Pecadores nas mãos de um Deus irado”, sermão terrivelmente arrebatador) foi considerado por muitos como o principal historiador do Primeiro Grande Despertamento. Ele escreveu que este despertamento espiritual

“… aconteceu principalmente entre os jovens; entre os demais, comparativamente poucos se tornaram participantes dele. E de fato tem sido geralmente assim, quando Deus começa qualquer grande obra para o avivamento de sua igreja; ele tem pegado os jovens e tem deixado de lado a geração mais velha e obstinada”.

A história da igreja é um testemunho inegável do potencial de jovens que, por meio de Cristo, promoveram o Evangelho de maneiras poderosas. Dos primeiros mártires cristãos aos grandes reformadores e missionários pioneiros, os jovens responderam ao chamado de viver para Cristo e sua causa.

Na história mais recente, o Jesus Movement, dos anos sessenta e setenta, despertou um foco renovado em adoração, evangelismo e oração entre os jovens. Este movimento, de difusão acelerada, começou no norte da Califórnia, mas logo se espalhou para o sul da Califórnia e, por fim, pelos Estados Unidos como um todo. O ministério de jovens, a música cristã contemporânea e as igrejas da Calvary Chapel surgiram desse movimento, que foi impulsionado principalmente por adolescentes e jovens na faixa dos 20 anos.

Por que Deus frequentemente escolhe adolescentes para cumprir seus propósitos divinos? Talvez a resposta esteja em 1Coríntios 1.26-29: “Irmãos e irmãs, pensem no que vocês eram quando foram chamados. Poucos eram sábios segundo os padrões humanos; poucos eram poderosos; poucos eram de nobre nascimento. Mas Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios; e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes. Ele escolheu as coisas insignificantes do mundo, as desprezadas e as que não são, para reduzir a nada as que são, para que ninguém se vanglorie diante dele”.

Deus adora usar as coisas que menosprezamos. Deus adora usar adolescentes.

Devemos começar a levar os adolescentes a sério como força para a mudança espiritual.

2. Reapresente a Grande Comissão como a maior causa de todos os tempos.

Quando Jesus disse aos seus discípulos, em Mateus 28.19, para irem e fazerem discípulos de todas as nações, ele estava dando a eles, a nós e a cada adolescente crente a maior causa de todos os tempos. Os cristãos costumam se referir a essa passagem como “A Grande Comissão”. Mas esse termo carrega um certo odor de mofo que cheira a antigamente.

Pergunte aos adolescentes cristãos comuns o que eles acham que o termo “Grande Comissão” significa e você receberá, em sua maioria, olhares inexpressivos em resposta. Mas apresente esta grande comissão como a maior causa da qual um ser humano possa participar e, num estalar de dedos, você terá a atenção deles. Afinal, é exatamente isso que ela é.

Quando nossos adolescentes compartilham o Evangelho, eles estão entrando em uma luta épica com o próprio Diabo, pelas vidas, almas e eternidades de seus amigos não alcançados. Eles estão compartilhando a cura para a pandemia do pecado, que infectou toda a humanidade. Eles estão resgatando seus colegas de classe, companheiros de time e amigos, livrando-os do inferno para onde estão indo e do inferno pelo qual estão passando, separados de Jesus Cristo.

Nenhuma causa é maior ou mais arrebatadora.

Claro, isso não significa que eles tenham de abandonar outras boas causas. O efeito cascata do Evangelho consiste no fato de que ele lida com questões de justiça, pobreza, igualdade, cuidado da criação e muito mais.

Podemos desafiar os adolescentes a deterem o tráfico humano e também o tráfico de almas (porque o maior traficante de todos é Satanás!). Podemos dizer-lhes que deem aos famintos pão e o Pão da Vida. Podemos pedir-lhes que deem água aos sedentos junto com a Água Viva. Podemos incentivá-los a construir um lar para os sem-teto na terra e um lar no céu também!

Em Lucas 19.8, quando Zaqueu ouviu o Evangelho e colocou sua fé em Jesus, ele disse “Olha, Senhor! Estou dando a metade dos meus bens aos pobres; e se de alguém extorqui alguma coisa, devolverei quatro vezes mais”. A salvação da alma de Zaqueu fez nascer um coração para alimentar os pobres e corrigir qualquer injustiça que ele tivesse cometido. Esse mesmo Evangelho fará a mesma coisa no coração de nossos adolescentes.

É por isso que devemos reapresentar-lhes a Grande Comissão como a maior causa de todos os tempos.

3. Mobilize adolescentes como ativistas do Evangelho.

Os adolescentes vêm a Cristo mais rápido e podem espalhar o Evangelho mais depressa e mais longe do que os adultos. Como os integrantes da Geração Z são “nativos digitais” e nunca viveram em uma época sem tecnologia, eles estão estrategicamente posicionados para usar seus canais de mídia social com o intuito de promover causas, pelas quais forem apaixonados, para uma imensidão de outros adolescentes. Isso significa que eles podem usar o Instagram, Tik Tok e outros canais de mídia social para divulgar a mensagem de Jesus.

Além disso, os adolescentes podem ser inspirados, preparados e mobilizados para terem conversas sobre o Evangelho com seus amigos na escola, em suas equipes esportivas e em seus bairros. Ao compartilhar a mensagem de Jesus como relacionamento, e não como religião, os adolescentes cristãos podem ajudar seus colegas descrentes a compreender o amor de Deus por eles.

Eu vi isso acontecer nas últimas três décadas. Em 1991, lancei o Dare 2 Share [Ouse Compartilhar], um ministério comprometido em energizar a igreja para mobilizar os jovens. E, desde então, houve milhões de adolescentes ativistas do Evangelho enviados de maneiras poderosas para alcançar seus pares para Jesus. Os adolescentes são “ativados” por meio de uma experiência simples em tempo real, seja em um evento ou por meio de estudos. Esse único passo de fé leva a outro, e depois a outro. Eles logo se entusiasmam com a mensagem e a missão de Jesus. E começam a abraçar a fé cristã e a causa cristã como suas.

Em 10 de outubro de 2020, o Dare 2 Share apresentou outro evento de ativação catalítica chamado Dare 2 Share Live. Trata-se de um evento evangelístico de transmissão simultânea, em vários locais do país todo, que mobiliza um exército de ativistas do Evangelho de costa a costa. São milhares de adolescentes inspirados, preparados e mobilizados para compartilhar as boas-novas de Jesus com seus colegas, tudo em UM DIA. Muitos oraram comigo para que Deus despertasse um avivamento liderado por estudantes naquele dia. Se você conhece algum líder de jovens, desafie-o a fazer com que seus adolescentes participem desta transmissão simultânea no ano que vem (www.dare2sharelive.org ).

Adolescentes reavivados podem ser usados por Deus para desencadear um avivamento, não apenas em suas comunidades, mas também em suas igrejas. Três mil anos atrás, um pastor adolescente chamado Davi matou um gigante chamado Golias com nada além de uma funda e uma pedra. Ao fazer isso, ele inspirou um exército de soldados adultos aterrorizados a se catapultar para fora de suas trincheiras, com um grito, e perseguir os filisteus. Da mesma forma, uma geração de adolescentes, armados com nada mais do que a dependência de Deus e a mensagem do Evangelho, pode liderar o caminho para que nossas igrejas sejam mobilizadas para a causa de Cristo.

É hora de mobilizar adolescentes como ativistas do Evangelho para reavivarem a igreja e mudarem o mundo!

Traduzido por Eduardo Fettermann

Fonte: christianitytoday

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Como devemos orar quando estamos sofrendo?

Woman praying in the church

Como devemos orar quando estamos sofrendo?

O que parece ser “descanso em Deus” pode, na verdade, ser uma máscara de resignação.

Woman praying in the church

Quando sofremos, pode parecer por fora que estamos “descansando em Deus”, aceitando tudo o que ele nos concede. Mas, o que parece ser descanso pode, na verdade, esconder uma resignação espiritual perigosa e fatal. A verdade é que perdemos a esperança e colamos um adesivo com o rosto de Jesus sobre a face do nosso desespero.

Após a morte de meu filho pequeno, Paulo, o que para os outros parecia ser esse descanso era uma máscara de resignação. Eu implorei a Deus para poupar a vida do meu bebê, mas ele morreu enquanto eu orava. Nos dias que se seguiram à sua morte, planejei o funeral, falei da bondade de Deus e proferi palavras de teologia sólida — teologia na qual acreditava. Eu disse que estava descansando, confiando e firmando-me nas promessas de Deus, mas internamente estava, na verdade, afastando minha face dele.

Eu estava com vergonha de admitir para os outros, e até para mim mesma, como estava decepcionada com Deus; então, amortecia a dor com banalidades em que queria acreditar, ao mesmo tempo em que distanciava meu coração do Senhor. Minha fé, antes vibrante, logo se tornou apenas apatia e falta de oração, pois perdi a esperança de que Deus estivesse me ouvindo.

Meses depois, em desespero, finalmente clamei a Deus novamente. Eu não tinha outro lugar para ir. Ele me encontrou em meu desânimo e me atraiu de volta para si. Senti uma liberdade renovada, ao me abrir completamente com ele, e então comecei a expressar meus medos, a registrar meus questionamentos e a orar por meio de Salmos, enquanto processava minha dor. Esta fase de luta com Deus em oração finalmente reconquistou meu coração. Em vez de respostas, encontrei descanso no próprio Deus e uma paz que excede todo o entendimento. Minha jornada de luta em oração em meio ao sofrimento foi o que acabou me levando de uma resignação sem esperança para uma confiança real.

A razão para lutar

Lutar em oração é clamar a Deus, pedir o que precisamos, sem reter nada. Não é lutar contra Deus, mas sim agarrar-se a ele, esperando que ele responda e recusando-se a desistir ou a desviar o olhar. Agostinho escreveu em suas Confissões: “A melhor disposição para orar é estar desolado, abandonado, despojado de tudo”. Quanto mais desesperados estivermos, vamos orar de forma mais fervorosa e específica. Quando vemos que somente Deus pode mudar a situação que enfrentamos, caímos de joelhos, determinados a não desistir, até que ele responda.

Quando meu primeiro marido deixou nossa família, implorei a Deus dia e noite para que ele se arrependesse. Quando fui diagnosticada com síndrome pós-poliomilete, implorei a Deus que prolongasse e aumentasse minhas forças. Quando minha filha estava ficando cada vez mais desafiadora durante a adolescência, pedi a Deus que mudasse seu coração. Mas eu não apenas pedi a Deus por todas essas coisas. Eu implorei — às vezes com o rosto no chão, muitas vezes com lágrimas, várias vezes ao dia. Ninguém precisava me lembrar [de orar]. Eu estava desesperada pela ajuda de Deus.

As Escrituras consistentemente nos apontam para esse tipo de oração feroz, determinada, uma oração de luta. Jacó lutou com Deus a noite toda, declarando: “Não te deixarei ir, a menos que me abençoes”, e sua tenacidade lhe valeu um novo nome — Israel, que significa “aquele que luta com Deus” (Gênesis 32.26-28). Ana chorou amargamente perante o Senhor por um filho, e depois de muitos anos de infertilidade, Deus deu a ela um filho (1Samuel 1.9-20). Davi frequentemente lutava com Deus em oração, e seus salmos estão repletos de pedidos urgentes e muitas vezes frenéticos que Deus respondeu (Salmos 6; 22; 69).

Jesus elogiou a oração persistente em sua parábola da viúva insistente, que obstinadamente clamava a um juiz injusto por justiça contra seu opositor (Lucas 18.1-8). Por causa de seus pedidos contínuos — por sua disposição de levar o assunto a ponto de irritar o juiz — ela foi recompensada. Jesus concluiu sua parábola dizendo: “Acaso Deus não fará justiça aos seus escolhidos, que clamam a ele dia e noite? Continuará fazendo-os esperar? Eu lhes digo: ele lhes fará justiça, e sem demora”. Deus nunca nos decepciona. Deus nunca se cansa de nossos pedidos e nunca os ignorará. Nosso choro está sempre alcançando alguma coisa.

Considere o que significa chorar para os bebês. É uma reação natural a alguma necessidade. Bebês que não gritam quando estão com fome ou molhados geralmente são aqueles negligenciados, que aprenderam que seus soluços são inúteis e não vão mudar nada. Mas quando um bebê chora, esse choro é uma afirmação instintiva de que alguém atenderá às suas necessidades. Este é o coração por trás da luta em oração. Quando lutamos — em nossa dor e necessidade — estamos reconhecendo que confiamos em Deus para nos ouvir e responder a nossos clamores.

Em que ponto as coisas podem dar errado

Tanto lutar em oração quanto descansar em oração pode trazer perigos inerentes. O problema está em lutar sem confiança e em descansar sem lutar. Quando lutamos sem confiança, somos verdadeiros a respeito de nós mesmos, mas não reconhecemos a verdade a respeito de Deus. E quando descansamos sem lutar, somos verdadeiros a respeito de Deus, mas não somos verdadeiros a respeito de nós mesmos. Ambas as situações podem levar à dureza do coração.

Embora o Senhor nos convide a lutar em oração, isso não nos dá o direito de exigir a resposta que desejamos, como se Deus nos devesse algo e tivesse de cumprir nossas ordens. Quando as pessoas oram com esse tipo de mentalidade, a oração não atendida pode fazer com que se afastem de Deus com raiva e hostilidade, questionando a bondade, o poder ou mesmo a existência de Deus. Sua luta lhes parece inútil e essas pessoas acabam desiludidas.

Em contrapartida, a recusa de lutar com Deus em meio ao sofrimento — em vez de proferir palavras piedosas, chavões religiosos e demonstrar uma falsa alegria exterior — muitas vezes pode mascarar um coração que perdeu a esperança e está longe de Deus. A dita expressão descansar em oração também pode ser uma desculpa para a preguiça espiritual, orações breves e desapegadas, sem coração nem vitalidade. Essas são o que Charles Spurgeon chamava de “orações na ponta dos dedos” em The Power of Prayer in a Believer’s Life [O poder da oração na vida de um crente] — orações que ele descreve como “aquelas delicadas batidas fugidias à porta da misericórdia”, pedidos que estão mais para manter as aparências ou que são feitos por obrigação, sem nenhuma expectativa de resposta.

O que esperamos de Deus pode ser a chave para discernir o verdadeiro do falso descanso em oração. Nosso descanso está nos afastando de Deus passivamente, porque perdemos a esperança de que ele nos responda? Ou o nosso descanso está nos aproximando ativamente dele pois, no fundo, sabemos que ele sempre responde com o seu melhor, mesmo que não o entendamos? Eu experimentei ambas as coisas. Depois que meu filho Paulo morreu, meu “descanso” foi uma fachada para a desconfiança passiva e a desesperança; mas depois que meu primeiro marido foi embora, meu descanso em Deus surgiu da confiança ativa e da esperança eterna.

A razão para descansar

Enquanto o tipo de falso descanso que descrevi nos afasta de Deus, o verdadeiro descanso nos aproxima dele. Isaías 26.3 nos lembra: “Tu manterás em paz aqueles cuja mente está firme, porque confiam em ti”. O descanso requer uma confiança ativa em Deus, manter nossa mente nele.

O verdadeiro descanso vem de Deus e somente nele é encontrado. “Verdadeiramente minha alma encontra descanso em Deus”, declarou Davi (Salmos 62.1). Jesus nos exorta a ir a ele e encontrar o verdadeiro descanso para nossas almas (Mt 11.28-29). Descansar em Deus em oração traz uma paz sobrenatural e calma interior, enquanto aquietamos nossa alma diante de Deus como uma criança desmamada em sua presença (Salmos 131.2).

A presença de Deus é o nosso descanso. O Senhor disse isso a Moisés, quando este estava preocupado com o futuro: “A minha presença irá contigo e eu lhe darei descanso” (Êxodo 33.14). Quando sabemos que o Senhor está conosco, podemos parar de nos preocupar com o presente ou o futuro e entrar no seu descanso, confiando que ele nos protegerá e proverá para nós. Essa paz na presença do Senhor é ativa — não é passiva — e é algo que transborda da atitude de escolher confiar, aproximar-se de Deus em oração e render-se à sua vontade.

O verdadeiro descanso vem após a luta

As Escrituras enfatizam que o verdadeiro descanso e a verdadeira paz em meio ao sofrimento muitas vezes vêm de clamar e lutar em oração. Em Filipenses 4.6-7, Paulo nos exorta a não ficarmos ansiosos, mas, em vez disso, a orar sobre todas as coisas. Somente depois de termos derramado nossos pedidos perante o Senhor sua paz sobrenatural nos envolverá. Paulo sabia disso por experiência pessoal com o sofrimento; em 2Coríntios 12.7-10, ele implorou ao Senhor por três vezes para lhe remover o espinho da carne. Deus não o removeu, mas mostrou a Paulo como sua fraqueza era uma oportunidade para descansar e se vangloriar na força de Deus.

Em Lamentações 3, Jeremias clamou a Deus por sentir-se desolado, amargo e sem esperança. Ele expressou algumas das reclamações mais angustiadas e desesperadas de todas as Escrituras, dizendo: “Ele me cercou e me rodeou de amargura e sofrimento. […] Mesmo quando clamo ou grito por socorro, ele rejeita a minha oração. […] Ele me arrancou do caminho, me mutilou e me deixou desemparado” (v. 5, 8, 11). Mas, ao se lembrar do caráter de Deus, Jeremias ousou ter esperança de que o amor e a misericórdia de Deus o livrariam. Ele declarou: “Por causa do grande amor do Senhor, não somos consumidos, pois suas misericórdias nunca falham. Elas se renovam a cada manhã; grande é a sua fidelidade. Digo a mim mesmo: ‘O Senhor é minha porção; portanto, esperarei por ele’ ” (v. 22-24). Depois que lamentou e lutou em oração, Jeremias descansou.

Quando lutamos em oração com fé, descobrimos tesouros ocultos da graça de Deus. Não é a fé fraca que nos leva a lutar e passar noites sem dormir em oração, mas a fé forte o suficiente para acreditar que o próprio Deus nos encontrará e nos responderá, que ele não é indiferente aos nossos clamores, pelo contrário, move céus e terra em resposta aos nossos apelos. No Getsêmani, os discípulos adormeceram, sem saber o que estava prestes a acontecer. Seu descanso nasceu da ignorância e da fraqueza. Enquanto isso, Jesus estava lutando com Deus, orando em tão grande “angústia” que “seu suor era como gotas de sangue caindo ao solo” (Lucas 22.44), enquanto pedia a seu Pai que o livrasse do sofrimento iminente. Depois de pedir, Cristo aceitou de bom grado a resposta do Pai, confiando que Deus faria o que fosse melhor.

O descanso no sofrimento de caráter bíblico começa com luta. Não podemos nos render totalmente a Deus em oração, nem descansar nele, sem primeiro nos engajarmos na luta pela fé. Quando lutamos em oração, confiamos que Deus está realizando algo por meio de nossas orações, mudando-nos no processo e nos convidando a um encontro de mudança de vida com ele. Lutamos para ver nossas orações respondidas e lutamos quando nossos pedidos de oração são negados — ambas as situações acabarão por dar lugar ao verdadeiro descanso no Senhor. É por esse descanso ativo que nosso coração anseia; como disse Agostinho: “Tu nos fizeste para ti, Senhor, e nosso coração fica inquieto até que descanse em ti”.

Vaneetha Rendall Risner é escritora e palestrante. Seu último livro é Walking through fire: a memoir of loss and redemption.

Traduzido por Mariana Albuquerque

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Ensinamentos de Jesus no Getsêmani

Ensinamentos de Jesus no Getsêmani

“Em seguida, foi Jesus com eles a um lugar chamado Getsêmani e disse a seus discípulos: Assentai-vos aqui, enquanto eu vou ali orar; e, levando consigo a Pedro e aos dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-se e a angustiar-se. Então, lhes disse: A minha alma está profundamente triste até à morte; ficai aqui e vigiai comigo. Adiantando-se um pouco, prostrou-se sobre o seu rosto, orando e dizendo: Meu Pai, se possível, passe de mim este cálice! Todavia, não seja como eu quero, e sim como tu queres. E, voltando para os discípulos, achou-os dormindo; e disse a Pedro: Então, nem uma hora pudestes vós vigiar comigo? Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca. Tornando a retirar-se, orou de novo, dizendo: Meu Pai, se não é possível passar de mim este cálice sem que eu o beba, faça-se a tua vontade. E, voltando, achou-os outra vez dormindo; porque os seus olhos estavam pesados. Deixando-os novamente, foi orar pela terceira vez, repetindo as mesmas palavras. Então, voltou para os discípulos e lhes disse: Ainda dormis e repousais! Eis que é chegada a hora, e o Filho do Homem está sendo entregue nas mãos de pecadores. Levantai-vos, vamos! Eis que o traidor se aproxima. (Mateus 26:36-46)

Ao lermos essa passagem, podemos notar que Jesus disse aos seus discípulos que ficassem sentados enquanto ele ia orar e levou consigo três pessoas: Pedro e os dois filhos de Zebedeu, Tiago e João, para orarem com ele. Nesse meio tempo, Jesus começou a se entristecer e angustiar-se. A angústia foi tanta que ele afirmou: ‘A minha alma está profundamente triste até à morte’ e pediu que os três discípulos intercedessem e orassem com ele. Jesus queria contar com seus amigos e irmãos nesse momento, mas por três vezes os encontrou dormindo.

Quantas vezes precisamos ser despertados por Jesus para que façamos a Sua vontade? Para que vigiemos e oremos? Para que mortifiquemos nossa carne, nossa natureza pecaminosa, nosso corpo físico? Pois, é como Ele mesmo disse: Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca.”

Não precisamos de mais advertências da parte de Deus. Ele nos mandou vigiar e orar. Sabemos o que é preciso ser feito. Então, por que não fazemos? Por que somos pecadores, limitados, miseráveis? Sim, somos tudo isso. Mas, o fato de sermos pecadores e termos um corpo corruptível não justifica a não observância da ordem de Deus. É preciso obediência!

Em oração Jesus travou a sua maior batalha espiritual. O sofrimento intenso não era por causa da tortura física e da morte, pois ele vinha falando há meses aos seus discípulos que estava disposto a morrer. Na verdade, sua angústia foi grande porque era necessário que experimentasse o “cálice da ira de Deus”. Jesus ia se tornar pecado, o que resultaria na separação entre ele e o Pai. Era essa separação que ele temia. 

E nós, tememos beber o cálice da ira de Deus? Tememos ser separados do Pai eternamente? Porque é isso é o que vai acontecer a todos aqueles que não crerem verdadeiramente em Jesus, não forem batizados e não forem salvos. Jesus morreu e levou sobre si todos os nossos pecados. Seu corpo foi esmagado, estraçalhado e sua alma experimentou a dor e a angústia da separação e do silêncio de Deus. Depois de ser humilhado, o Pai o exaltou e o glorificou. Jesus cumpriu seu propósito, obedeceu, foi fiel, combateu o bom combate e recebeu a coroa de glória. Ele morreu para nos dar a vida eterna. Ele morreu para nos conectar com o Pai, para termos acesso direto ao Senhor nosso Deus.

E, por que Jesus ainda precisa nos despertar? Por que temos dificuldade de vigiar e orar? Por que não conseguimos orar de madrugada ou durante o dia? Por que nos parece tão pesado e penoso orar? Por que, já que temos acesso direto ao Pai, não fazemos uso desse benefício? Quantas vezes mais precisamos ser despertados por Jesus para que façamos a Sua vontade?

Paremos de nos esconder atrás das nossas desculpas. Jesus nos dá o exemplo e mostra que, diante das lutas e dificuldades da vida, devemos dobrar os joelhos e orar ao Pai. No Getsêmani, diante do sofrimento profundo da alma, Jesus orou e pediu ao Pai três vezes a mesma coisa. Deus mandou um anjo o consolar e depois de orar, mesmo sabendo o que lhe esperava, Jesus saiu fortalecido e pôde enfrentar os desafios à sua volta. Ter em mente que era preciso obedecer e cumprir o plano de Deus foi a única força que fez Jesus avançar para o martírio na Cruz. Ele sabia que deveria morrer para redimir (salvar) os pecadores. O maior pecado da nossa parte é não crer nisto.

Então, o que fica de ensinamento para nós ao ler a passagem de Jesus no Getsêmani? Devemos:

  1. Vigiar e orar a todo momento. Não importa onde, quando, nem com quem estejamos e muito menos as circunstâncias.
  2. Orar de madrugada. Precisamos ter um momento a sós com o Senhor quando todo mundo está dormindo.
  3. Nossa oração deve ser sincera, deve ser do mais profundo da nossa alma para o coração de Deus. Uma oração de entrega total, uma oração para apresentarmos os anseios do nosso coração – mas ao mesmo tempo – uma oração de renúncia de nós mesmos e da nossa vontade para que a vontade de Deus se cumpra em nós. 
  4. Devemos orar em família, entre amigos e irmãos. A oração em comunhão com outras pessoas nos fortalece e nos aproxima de Deus.
  5. Devemos nos entregar totalmente a Deus. Mesmo com sono e cansado, Jesus orou por um longo período. Ainda que seu coração estivesse angustiado, ele foi consolado e sustentado durante a oração. Isso nos mostra que quem dá força e sustenta no meio da tribulação é o Espírito Santo de Deus.
  6. A oração nos dá força para enfrentar os momentos difíceis, pois Jesus sabia que ia enfrentar um momento de dor, sofrimento e separação de Deus.
  7. A oração traz paz em meio à tempestade. Traz fé, confiança, consolo e coragem para seguirmos em frente custe o que custar e dure o tempo que for. E, mesmo que soframos, Deus nos sustenta até o fim.
  8. A oração nos aproxima do Senhor e, se preciso for, os anjos vêm em nosso auxílio.
  9. A oração nos faz mais fortes e destemidos nos momentos de escuridão.
  10. A oração aperfeiçoa nosso relacionamento com o Pai, nos faz mais íntimos, nos faz orar conforme agrada Deus, nos ajuda a resistir às provações e tentações, nos impulsiona a cumprir a vontade de Deus e a obedecê-lo sempre. A oração permite que cheguemos até o trono de Deus para agradecer, interceder e fazer nossas petições. A oração nos mantém despertos. A oração é a chave para sermos abençoados e estarmos no centro da vontade do Senhor.

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Humilhai-vos sob a poderosa mão de Deus

Humilhai-vos sob a poderosa mão de Deus

Humilhai-vos, portanto, sob a poderosa mão de Deus, para que ele, em tempo oportuno, vos exalte, lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós. (1 Pedro 5:6,7)

A palavra humilhar vem do latim humiliare, que significa rebaixar. Em latim, humiliare tem o sentido de abaixar a confiança, a arrogância ou o estatuto de outra pessoa. Esse é o mesmo significado que humilhar, em português. Que, em nosso dicionário, significa tornar-se desacreditado, mal afamado; vexar-se, rebaixar-se. 

A palavra humiliare vem da raiz humilis, que significa baixo ou rente ao chão. Por exemplo, uma planta rasteira seria humilis. No sentido mais metafórico, humilis significa humilde, de baixa condição, alguém sem grande estatuto. Humilis também pode significar algo que é pobre ou insignificante. Muitas vezes palavras relacionadas com tamanho pequeno ganham o sentido de pouco valor ou sem importância. Ainda outro significado de humilis é desprezível ou ruim. Nesse sentido, humilis descrevia uma pessoa com pouca moral, que se ocupava com coisas baixas e desprezíveis.

Assim, humiliare significa literalmente “tornar baixo, humilde ou desprezível”.

Em outras palavras, enquanto cristãos é nosso dever nos tornarmos desprezíveis, nos humilharmos, nos rebaixarmos sob a poderosa mão de Deus. Pois, diante de um Deus maravilhoso e poderoso como o nosso, realmente não somos nada. 

E, como tal, não temos o direito de exigir que Ele nos trate de outra maneira. Mas, aprouve o Senhor, na sua magnífica sabedoria e misericórdia, nos tirar do pó, nos resgatar e comprar com preço de sangue, pago por Jesus – nosso irmão, Rei, Senhor e Salvador. 

E, mesmo sendo comprados a preço de sangue, não somos dignos de nos engrandecer por isso e nem exigir algo de Deus. Devemos apenas, lançar-nos a seus pés, nos humilharmos, deixar toda nossa dúvida, ansiedade, insegurança e medo no altar de Deus. Se Ele, o autor de tudo, sabe o que é melhor pra nós e pode orquestrar tudo em nossa vida com apenas um olhar, por que nós, criaturas que somos, deveríamos duvidar do Criador, do Rei do Universo? Somos muito audaciosos em pensar assim. Pecamos ao achar que sabemos mais do que Àquele que nos criou.


Não temos o direito de exigir que nossa situação atual, boa ou ruim, permaneça ou desapareça. Precisamos apenas aceitar nossa realidade, ainda que seja desfavorável, ainda que o céu seja de bronze ou que densas nuvens cubram todo o nosso ser. Sei que é difícil aceitar certas situações, mas é o que precisamos fazer se quisermos crescer no relacionamento com Deus e, se quisermos, no tempo oportuno sermos exaltados para a glória d’Ele. Porque dele e por ele e para ele são todas as coisas. Até mesmo nossa tristeza, nosso sofrimento, nossa aceitação da realidade, nossa humilhação são para Deus como chuvas de rosas que caem sobre o seu altar. Pois, nos humilhando e sofrendo tudo por amor ao Senhor estamos honrando-o com nossa vida, com nosso choro, nosso clamor. 

Ó Pai, nos ajude a aceitar a realidade, a aceitar o sofrimento, a dor, a perda, o luto, o choro, a doença, o desemprego, bem como a toda e qualquer luta do dia-a-dia. Não permita que murmuremos, que duvidemos, que sejamos ingratos, que deixemos de orar, de ler a sua Palavra, de compartilhar do seu amor para com o próximo. Não permita que o sofrimento nos afaste de ti, pelo contrário, que ele nos aproxime ainda mais do teu altar. Nos ajude Pai, a fazer tudo para sua glória, que toda nossa vida e o nosso ser seja uma adoração a ti. Em nome de Jesus. Amém.

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Quando Jesus bate à porta

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Quando Jesus bate à porta

“Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo.” (Apocalipse 3:20)

Quando olhamos para a passagem em Apocalipse, vemos Jesus dizer que está à porta e bate. E se alguém ouvir a Sua voz e abrir a porta, Jesus entrará e comerá com ele. Que privilégio irmãos! Que privilégio poder ter Jesus batendo à nossa porta, querendo entrar no nosso coração, no profundo da nossa alma e mudar toda a nossa estrutura. Às vezes, não damos conta do que lemos na Bíblia. Mas, nessa passagem, Jesus deseja habitar no nosso coração e ter uma comunhão plena conosco. 

No mundo antigo, era costume entre os judeus compartilhar uma refeição como sinal de confiança, afeição, intimidade e lealdade. Na mente oriental, a hospitalidade nas horas de refeição demonstra a confiança e o respeito do anfitrião pelo hóspede, pois o anfitrião já abriu seu lar ao hóspede e parte o pão com ele.

Nesse caso, Jesus é o anfitrião e nós somos convidados a sentar à mesa ao Seu lado, vê-lo partir o pão, conversar e contar nossas alegrias, tristezas, nossos medos, anseios, inseguranças, nossos sonhos e segredos. Somos chamados a fazer parte de um grupo seleto, pois não chamamos qualquer pessoa para entrar na nossa casa e muito menos sentar à mesa conosco. Se Jesus está à porta, e quer partir o pão conosco, devemos nos sentir privilegiados. 

É uma alegria imensa receber uma visita tão ilustre em nosso coração, em nossa casa e ao mesmo tempo sermos convidados para participar de um momento único. Pois, Jesus quer estar mais próximo de nós e deseja ter intimidade conosco. Ele quer ser nosso amigo, nosso irmão, nosso Senhor e Salvador. 

Jesus está nos chamando para abrir a porta do nosso coração, HOJE. Ele quer ter comunhão e intimidade conosco, HOJE. Ele quer se revelar mais profundamente a nós, HOJE. Que o Espírito Santo de Deus nos ajude a abrir a porta, a cear com Jesus, a orar, a estar a sós com Ele e a mergulhar cada vez mais na intimidade do coração de Deus.

Se você conhece Jesus só de ouvir falar e deseja conhecê-lo mais e mais, hoje é o momento de você mudar. Hoje, é o momento de abrir seu coração para Ele e deixá-lo entrar. 

Agora, se você já tem Jesus como Senhor e Salvador da sua vida, hoje é o momento de ter uma intimidade maior com Ele. 

Independente da sua situação, Cristo está te chamando. Não demore para abrir a porta!

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Deus nunca falha!

Deus nunca falha!

“Estava enfermo Lázaro, de Betânia, da aldeia de Maria e de sua irmã Marta. Esta Maria, cujo irmão Lázaro estava enfermo, era a mesma que ungiu com bálsamo o Senhor e lhe enxugou os pés com os seus cabelos. Mandaram, pois, as irmãs de Lázaro dizer a Jesus: Senhor, está enfermo aquele a quem amas. Ao receber a notícia, disse Jesus: Esta enfermidade não é para morte, e sim para a glória de Deus, a fim de que o Filho de Deus seja por ela glorificado. (João 11:1-4)

Quando olho para essa passagem imagino as irmãs de Lázaro em casa, cuidando dele, preocupadas com o que poderia acontecer ao seu irmão. Elas logo mandaram avisar Jesus sobre a enfermidade de Lázaro. E Jesus envia uma mensagem de conforto dizendo que a enfermidade não é para morte e sim para a glória de Deus. Mas, logo depois, Lázaro morre. Fico imaginando qual deve ter sido o pensamento e o sentimento delas na hora da morte do irmão, sendo que Jesus havia dito que a enfermidade não era para morte. Vocês já pararam para pensar nisso?

Das vezes em que Deus conforta nosso coração dizendo que “vai ficar tudo bem”, por meio da Sua Palavra, de um louvor, de um irmão que traz uma palavra de graça, mas as coisas parecem piorar. Nesse momento, qual é a sua reação? Você fica triste, duvida, reclama, amaldiçoa, desespera-se, vive angustiado? Ou você fica em paz, confia, agradece, abençoa, espera e vive alegre mesmo não vendo o agir de Deus? 

Em vários momentos da nossa vida, seja diante das dificuldades ou das alegrias, nós temos reações diferentes. Muitas das vezes somos como Marta – mais racional e em outras horas somos como Maria – mais emotivas. Mas, no geral, questionamos a Deus, duvidamos das promessas, não sabemos esperar o tempo certo do milagre acontecer. Se formos olhar o texto, é isso o que acontece. Quando Jesus, ao saber da enfermidade de Lázaro, demora mais dois dias no lugar em que estava pregando.

Depois, quando ele se dirigiu à Betânia, Marta e Maria foram ao seu encontro com coração aflito. As duas falaram: Senhor, se estivesses aqui, meu irmão não teria morrido. Marta também disse a Jesus que tudo quanto Ele pedisse a Deus, Deus o concederia. E Jesus respondeu a ela que Lázaro havia de ressurgir. 

A ressurreição para os judeus naquela época era algo novo. Algo que eles estavam aprendendo e absorvendo aos poucos. Ainda não era algo concreto, algo que eles poderiam olhar, comprovar e testemunhar. Por isso, Marta entendeu que o irmão iria ressurgir no último dia, porque ela cria ser Jesus o Filho de Deus. Mas Jesus, naquele momento, estava falando não só da ressurreição no último dia como também da ressurreição visível e palpável de Lázaro, que estava morto há quatro dias. Dentro desse contexto Jesus diz a Marta: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá; e todo o que vive e crê em mim não morrerá, eternamente.”

Já Maria, depois de questionar a Jesus, se lamentou. O pranto sincero dela, aos pés de Jesus, fez com que o Mestre sentisse a sua dor, a dor no mais profundo da alma. 

Mas, um pouco antes do encontro das duas irmãs com o Mestre, Ele disse aos seus discípulos que deveria ir à Betânia para despertar Lázaro que havia adormecido. A partir disso, podemos notar que nem a fé de Marta e nem o coração quebrantado de Maria moveram a mão de Deus na realização do milagre que estava por vir. Pois, como cristãos é nosso dever ter um espírito quebrantado, humilde, servo e uma fé inabalável. 

O que move a mão de Deus em realizar milagres em nossa vida é a Sua Soberana Vontade em derramar graça abundante sobre nós e bênçãos insondáveis. 

Como Jesus já havia dito que a enfermidade de Lázaro tinha um propósito: ela não era para morte, mas para a glória de Deus, ele vai até a gruta onde Lázaro estava sepultado e manda que retirem a pedra. Aqui é interessante que Jesus ordena que outros tirem a pedra para que ele possa realizar o milagre. Ou seja, precisamos estar prontos, em posição, atentos à voz de Deus para retirarmos as pedras do nosso caminho, tudo o que atrapalha Deus de agir em nossa vida. 

Depois que retiram a pedra, Jesus ora ao Pai e clama em voz alta: Lázaro, vem para fora! Saiu aquele que estava morto, tendo os pés e as mãos ligados com ataduras e o rosto envolto num lenço. Então, lhes ordenou Jesus: Desatai-o e deixai-o ir.

Diante disso, pergunto a você. Qual é o milagre que você está esperando? Quais são as suas dores? Quais são as aflições do seu coração? O que tem te machucado e ferido? Qual é o seu anseio? 

Deus não está alheio ao seu sofrimento. Coloque tudo aos pés de Jesus. Ore, busque a Deus, chore se for preciso. Mas, tenha em mente que Deus NUNCA FALHA. Se as promessas demoram a se cumprir, se o milagre não chega no momento e nem da forma que você deseja, se tudo ao seu redor for pranto, dor e sofrimento, não se desespere. Não aflija seu coração. 

Se Deus prometeu, Ele vai cumprir. No tempo d’Ele, na hora d’ele, no momento certo em que o milagre será para a honra e glória d’Ele. E não no momento em que acreditamos ser o ideal. Saiba que Jesus está atento à sua dor e se importa com o seu sofrimento. 

Não questione a Deus. Não queira saber porque ele demorou dois dias, ou cinco meses, ou um ano ou dez anos para ressuscitar o Lázaro da sua vida. 

Lembre-se que Jesus sofreu uma dor incalculável ao morrer na cruz no meu e no seu lugar. Ele sabe muito bem o que é sofrer, sentir dor, ter o coração aflito. Apenas agradeça e glorifique a Deus, continue caminhando e persevere confiando no Deus Soberano, Majestoso que TUDO pode realizar se, assim, for da Sua Vontade. 

Hoje, o ensinamento que fica para nós é o de que Deus vai ressuscitar tudo o que está adormecido em nossa vida! Creia! Permaneça firme! E obedeça a voz de Jesus que diz: Filho (a), vem para fora!

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Seguir a Cristo é um desafio

Seguir a Cristo é um desafio

Há alguns anos tivemos a oportunidade de conhecer algumas pessoas que doam suas vidas em favor de muitos excluídos da sociedade e refugiados na Turquia. Que estão dia-a-dia literalmente no campo de batalha físico e espiritual. Que fazem parte da igreja perseguida de Cristo e que deixaram tudo para trás para serem missionários em um país marcado por guerras civis e religiosas.

Enquanto somos privilegiados por morarmos em um país livre, onde podemos expressar nosso credo sem represálias, muitos estão morrendo por amor ao Evangelho nos confins da Terra. Muitos estão morrendo sem ter a oportunidade de conhecer e ouvir falar de Jesus. E isso é muito triste!

E, mais triste ainda é ver tantas pessoas, em um país livre como o nosso, que constantemente ouvem falar de Jesus, mas estão mais preocupadas com seu próprio umbigo do que qualquer coisa. Que preferem o pecado ao invés da graça.

E, mais triste do que tudo isso é saber que essas pessoas, que preferem o pecado, um dia vão morrer e terão suas almas condenadas porque não escolheram, verdadeiramente, caminhar com Jesus. Pois, falar que é crente, que é cristão ou que acredita em Deus é muito fácil. Mas, seguir a Cristo de todo o coração e de toda alma, esse sim é o desafio.

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Saia de cima do muro

Unrecognizable lonely woman sit down on a wall looking and enjoying the sunset

Saia de cima do muro

Não fique em cima do muro. Escolha Cristo todos os dias. Ele sempre é a melhor opção! E não se importe com os julgamentos das pessoas que escolhem o contrário, que escolhem viver uma vida libertina e prazerosa que o mundo oferece. Não se importe com os julgamentos do homem, se importe com o julgamento de Deus que tem o poder de salvar ou condenar a alma humana. 

 

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Quero ser um tradutor da Bíblia! – Parte 3

Historian scientist reading antique book with magnifying glass. Translation of religious literature.
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Missionária, professora e tradutora bíblica.

Quero ser um tradutor da Bíblia! – Parte 3

Trabalhar com tradução é desenvolver um projeto de vidas! Provavelmente você vai começar um projeto para outra pessoa terminar ou vai terminar um projeto que alguém começou!

Se você trabalha com povos não alcançados, prepare-se, porque em alguma fase do seu ministério, você vai traduzir as Escrituras para a língua daquele povo. Não se planta igreja, nem se discípula pessoas ou se treina liderança sem a Bíblia! Ore para que Deus envie um missionário linguista, mas não espere por ele. Foi você quem Deus colocou lá. O trabalho é seu!

O que é necessário para se fazer um trabalho de tradução das Escrituras? Além do treinamento teológico, missiológico e antropológico, o missionário precisa receber treinamento em Linguística. No Brasil, a Missão ALEM é referência nesse treinamento, mas existem outras instituições pelo mundo que oferecem cursos especializados. Você pode encontrá-las no site internacional da SIL. Mesmo que você tenha graduação em Letras ou Linguística, recomendo que você receba esse treinamento. Os cursos universitários te darão muita bagagem teórica, mas você precisará de prática na análise de dados brutos. Algum conhecimento de grego e hebraico bíblicos é altamente desejado.

Você precisa ser paciente e dedicado. Você vai gastar muitas horas aprendendo enquanto convive com o povo no dia a dia, mas vai gastar tantas outras horas sentado, debruçado sobre dados da língua, analisando-a. Vai precisar treinar seu ouvido para ouvir, ouvir e ouvir o que as pessoas falam e como elas se expressam na língua.

Tudo isso é muito importante, mas o critério indispensável que precisa ser considerado é a convicção de que Deus está te chamando para essa tarefa. Não tem idade, nem aptidão, nem área de formação. Seja qual for o povo, a localidade e as condições que Deus trouxer a você, se você tiver convicção (certeza e propósito), você saberá que o Espírito Santo está com você, Ele que sabe todas as línguas e conhece todos os povos.

Deus sempre falou conosco da forma que nós podemos entender. Na história da humanidade, Ele falou conosco pessoalmente, por meio de Cristo e também através de outras pessoas, mas sempre o fez em nossa língua. Deus fala português conosco e fala thai com nossos irmãos tailandeses; fala marubo com os marubo e fala tapirapé com os 600 falantes dessa etnia existente no Tocantins e Mato Grosso.

Deus fala conosco na nossa língua do coração e continua querendo falar com as pessoas nas suas línguas do coração. Por isso o trabalho de tradução das Escrituras existe e é tão urgente. Ore por essa causa, seja parceiro de um trabalho de tradução, envie e – quem sabe? – seja enviado para esse ministério!

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