Quero ser um tradutor da Bíblia! – Parte 2

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Missionária, professora e tradutora bíblica.

Quero ser um tradutor da Bíblia! – Parte 2

No post anterior, nós conversamos sobre a nossa vocação e de como devemos testar o chamado ministerial pra ter certeza de que estamos debaixo da vontade de Deus. Neste post, nós vamos conversar sobre o trabalho de tradução em si.

Como se inicia um trabalho de tradução? O primeiro passo que é dado pelo missionário linguista é construir relacionamentos na comunidade falante daquela língua alvo de tradução. Nós não estamos interessados na língua por si só. Certamente há um interesse científico e cultural no estudo de qualquer língua, mas línguas não precisam de tradução; pessoas é que precisam. A comunidade tem de ser a maior interessada em ter a Palavra de Deus na sua língua, pois ela é participante do processo.

Uma vez que a comunidade expressa esse desejo, então o linguista vai fazer um levantamento sociolinguístico. Qual/quais dialeto(s) é/são falado(s) por aquele povo? Qual desses dialetos é melhor compreendido pela maioria da população? O que as pessoas pensam da sua própria língua? A língua já foi descrita e documentada? Possui escrita? E as pessoas sabem ler na sua língua materna? Há alguma porção já traduzida? Essas e outras perguntas precisam ser respondidas para se iniciar um projeto de tradução.

Vamos imaginar que estejamos diante de um povo falante do mesmo dialeto da língua, sem nenhuma porção da Bíblia traduzida e sem escrita. A língua possui pouca descrição sobre a sua estrutura. O missionário vai:

  1. aprender a língua e a cultura. Além de desenvolver relacionamentos e compreender melhor a cosmovisão daquele povo, o missionário linguista terá uma melhor compreensão a respeito do funcionamento dessa língua.
  2. descrever a língua: sua fonologia, sua morfologia, sintaxe, semântica e pragmática, até chegar no nível do discurso.
  3. desenvolver um sistema de escrita para aquela língua que seja eficiente para o povo. O envolvimento dos falantes nativos passa a ser bem maior nessa fase. Muitas decisões de representação da escrita vão ser tomadas pelos falantes.
  4. desenvolver um projeto de alfabetização do povo, adultos e crianças, na sua própria língua. Incentivar criação de literatura nativa na língua (por ex, livros com as narrativas do povo) e também a sua leitura. As pessoas precisam não apenas ser alfabetizadas, mas precisam se tornar leitoras.
  5. escolher por onde começar a tradução: qual história o povo gosta de ouvir ou se identifica melhor?
  6. criar um esboço da história/livro escolhido, de forma a tornar o texto o mais claro possível (trabalho de exegese).
  7. fazer testes com a comunidade. O texto tem de ser claro e natural para os falantes daquela língua.
  8. fazer testes de exatidão. Com o auxílio de um consultor de tradução, que é conhecedor das línguas originais e um bom exegeta, o texto, além de natural e claro, tem de ser exato. O significado transmitido tem de ser o mesmo do texto original. O missionário deseja transmitir a Palavra de Deus e não nenhuma versão não autorizada dela.
  9. Sendo o texto natural, claro e exato, segue-se então para a sua impressão e distribuição, que pode ser em papel ou digital (apps) e até gravado (oral).

Além dos projetos de tradução, há também projetos de revisão, necessários quando a tradução já não atende mais à população devido às mudanças ocorridas na língua.

Bom, agora você pode pensar que o trabalho acabou, mas na verdade só está começando. É através desse texto pronto que as pessoas vão começar a conhecer a Deus, em suas próprias línguas e, portanto, vão precisar ser discipuladas. Crentes maduros e líderes da igreja precisam ser capacitados no ensino do texto sagrado. Através da tradução, a língua e a cultura daquele povo serão fortalecidas e não apenas esses aspectos, mas a igreja nascente também será mais forte.

No próximo post, nós vamos conversar sobre os requisitos para se tornar um tradutor da Bíblia. Até lá!

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Quero ser um tradutor da Bíblia! – Parte 1

Researcher examines antique book with magnifying glass. Scientific translation of ancient literature
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Missionária, professora e tradutora bíblica.

Quero ser um tradutor da Bíblia! – Parte 1

Somos quase 8 bilhões de pessoas no mundo e falamos 7.359 línguas em todo o mundo, segundo o ProgressBible. Apenas 706 línguas possuem acesso às Escrituras completas. Além das línguas orais, como o português, estão nessa conta 385 línguas de sinais reconhecidas. Nenhuma língua de sinal possui a Bíblia. No Brasil, temos mais de 10 milhões de pessoas surdas (IBGE, 2020). Há projetos hoje no Brasil empenhados em comunicar e traduzir a Palavra de Deus para essa comunidade.

São 3.922 línguas sem qualquer versículo traduzido. Nem mesmo João 3:16! Isso representa 254.019.074 pessoas que não podem conhecer a Jesus pela Palavra de Deus em suas próprias línguas. No Brasil, são faladas cerca de 218 línguas, dentre as quais 181 são línguas indígenas. Destas, apenas 7 possuem a Bíblia completa. A Ásia é o continente com o maior número de línguas carentes de tradução (870 línguas).

Como você pode ver por esses números, a necessidade de trabalhadores na área da tradução da Bíblia é muito grande. Se Deus está te chamando para esse trabalho, você é resposta de oração de muitos outros trabalhadores engajados nesse ministério.

Se você está começando sua caminhada como missionário, se seu despertamento é recente, antes de qualquer coisa, prove seu coração. Quais são os motivos que estão te fazendo caminhar nessa direção? Você está decepcionado com a sua igreja local, com sua carreira, com os planos que não deram certo? Esses não são motivos para você ir ao campo. Você é ativo na sua igreja? Você evangeliza os que estão perto? A igreja vai sentir a sua falta quando você for enviado? Se você não for benção perto, tão pouco o será longe. A sua igreja é engajada em missões? Se não for, seu trabalho em missões começa ali! Você precisa trazer o assunto para a mesa. Precisa falar e educar a igreja a respeito disso, pois um dia ela vai te enviar e ela precisa saber o que está fazendo. Seja submisso às autoridades que Deus colocou em sua vida. Se sua igreja e/ou sua família não te apoiam, reveja sua vida diante de Deus e seu testemunho diante delas.

Se Deus está realmente te chamando para ir além das fronteiras, ore e tenha paciência. Deus não faz nada atropelado. Ele vai abrir as portas, pois o projeto não é seu, é Dele. Ele é a parte mais interessada na sua partida e vai te colocar exatamente onde você precisa estar, no momento certo.

Acompanhe essa série de 3 posts pra saber mais detalhes sobre como ser um tradutor da Bíblia!

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Irmãos, nós não precisamos casar!

Irmãos, nós não precisamos casar
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Missionária, professora e tradutora bíblica.

Irmãos, nós não precisamos casar!

Queridos irmãos, cristãos e missionários de perto ou de longe, honrem suas irmãs e irmãos solteiros! Sei que aqueles que são casados são tão felizes e gratos a Deus que desejam que todos também compartilhem das mesmas alegrias conjugais. No entanto, Deus tem propósito para todos, sejam casados, sejam solteiros. Aliás, quando os discípulos afirmam a Jesus que não convém casar por causa da não naturalidade do divórcio, Jesus diz que nem todos estariam aptos para receber este conceito (cf. Mateus 19:3-12). Então, o casamento não é uma condição obrigatória ou padrão para todo o crente. Deus tem separado muitos servos e servas ao longo da história para se dedicarem a Ele e a Ele somente.

Portanto, não fiquem oferecendo suas irmãs e seus irmãos solteiros para possíveis pretendentes. Não fiquem profetizando que eles vão casar. Não os desencorajem a servir a Deus porque, na sua opinião, o campo é muito difícil para um solteiro ou uma solteira. E se na sua equipe ou na sua igreja há um solteiro ou solteira, não achem que eles têm mais tempo que vocês, porque vocês são casados e têm filhos. Se ele ou ela tem mais tempo, é tempo para o serviço do Senhor e não para o seu serviço. Não façam das suas irmãs solteiras suas babás e nem transfiram seus trabalhos para seus irmãos, achando que eles têm menos obrigações que vocês, casados.

Honrem os solteiros que estão a sua volta. Encorajem-nos a buscar contentamento pleno em Cristo, a aproveitar com gratidão a condição que o Senhor os entregou. Ofereçam a sua família para ser a família deles. Incluam-nos na sua mesa e nas suas férias. Orem por eles e com eles, para que eles sejam completos em Cristo. E se Deus tiver casamento para eles, Ele mesmo promoverá o encontro, não se preocupem. E vocês serão convidados para a festa.

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O amanhã pode não chegar

O amanhã pode não chegar

Quantas vezes procrastinamos, ou seja, deixamos para depois o que podemos fazer hoje, agora, neste exato momento?

Quantas vezes deixamos de pregar o Evangelho, de falar da salvação em Cristo Jesus, de falar a Verdade – ainda que doa – para as pessoas  sejam elas amigos, conhecidos, familiares, parentes e até mesmo desconhecidos?

Quantas vezes deixamos para depois tantas coisas como: orar, meditar e estudar a Palavra de Deus? Quantas vezes deixamos de jejuar, de fazer o bem, de ser generosos, de investir em missões, de evangelizar, de ouvir, de aconselhar e ser um ombro amigo para aqueles que necessitam?

E a procrastinação afeta não só os cristãos como também a todos que abandonaram a fé e escolheram as paixões do mundo. Afeta também aquelas pessoas que têm a oportunidade de conhecer, aprender, ter intimidade, relacionamento com Deus e não conseguem se deixar guiar pelo Espírito Santo – o qual convence o homem dos seus pecados e miséria. E afeta ainda aquelas pessoas que estão nos bancos das igrejas, mas no fundo não conhecem a Cristo.

Enfim, todos nós procrastinamos em algum momento ou fase da vida. E, aqui, fica o alerta, pois não sabemos quanto tempo temos.

Se você tem a oportunidade de ouvir sobre Jesus, de conhecê-lo, de se entregar a Ele, de ler a Palavra de Deus em seu próprio idioma – pois muitas tribos e nações não têm esse privilégio – não deixe para amanhã. Faça-o hoje!

Se você tem a oportunidade de ir a uma igreja, de congregar com os irmãos, de professar sua fé com liberdade – pois, em muitos lugares isso não é possível -, de buscar conhecimento, de adorar a Deus, não deixe para amanhã. Faça-o hoje!

Se você tem a oportunidade de ir ao encontro de algum irmão necessitado, de ajudá-lo, de ouvi-lo, aconselhá-lo, de oferecer o ombro amigo, não deixe para amanhã. Faça-o hoje!

Se você tem a oportunidade de contribuir com missões, ainda que seja mobilizar outras pessoas, orar pelos missionários ou ser parceiro no sustento de algum projeto evangelístico, não deixe para amanhã. Faça-o hoje!

Pois, o amanhã pode não chegar. E, se o amanhã não chegar, o que você apresentará para Deus quando encontrá-lo? Como estará a árvore da sua vida? Linda e cheia de frutos ou tão seca que não servirá para nada?! Pense nisso!

#Para refletir

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Mariana Figueredo

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A diferença entre o ‘poder’ e o ‘querer’ de Deus

F O G

A diferença entre o ‘poder’ e o ‘querer’ de Deus

Nesses últimos dias, há uma grande falta de entendimento no que tange ao que Deus “pode” fazer e ao que Deus “quer” fazer.

O desespero das pessoas em meio aos problemas e adversidades do dia-a-dia faz com que elas, muitas das vezes, confundam o que Deus pode com o que Deus quer realizar.

Tomo como exemplo a promessa que Deus fez ao profeta Abraão e à sua esposa Sara. Um casal de idosos com mais de 90 anos são surpreendidos com a promessa de que teriam um filho. Se não bastasse a idade, Sara era infértil.

A dúvida foi clara e até estereotipada por Sara, ao rir, quando o próprio Deus afirmou a Abraão que eles teriam um filho. A frase clássica dessa passagem é quando Deus diz: “Acaso, para o Senhor há coisa demasiadamente difícil?” (Gênesis, 18:14)

Certamente, não há nada difícil o suficiente para Deus, nada que Ele não possa realizar. Mas, precisamos compreender que nem tudo Ele deseja fazer.

Sara só gerou um filho porque Deus assim quis. O poder de Deus está ligado diretamente à Sua vontade e não à nossa. Toda promessa está condicionada à vontade de Deus, nada que façamos mudará Sua vontade.

Portanto, a cada dia compreendo que lutar com Deus é uma tolice. Aceitar o Seu querer em nossas vidas é a certeza de uma vida melhor.

Pense nisso!

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A verdade liberta!

A verdade liberta!

Na vida temos dois caminhos a seguir. 

Um deles é acreditarmos cegamente naquilo que querem que acreditemos, dizendo ser o certo. E o outro caminho é nós querermos descobrir se o que dizem é certo. 

Hoje em dia, existem muitas pessoas que vão atrás de alguém que aquietem seus egos, suas vontades, suas crenças. Mas, estas mesmas pessoas não querem ser confrontadas com a verdade da Palavra de Deus. Elas preferem viver o engano ao invés de abrir a Palavra de Deus e ler! E, mesmo quando leem, duvidam do que está escrito. Não acreditam ser verdade, pois o engano em que elas vivem está tão entranhado, tão penetrado em seus corações e em suas mentes, que a verdade se torna algo chocante!

O Evangelho de Cristo tem sido nivelado por baixo. Cristo perdeu seu lugar na vida das pessoas. Para muitos, Cristo ainda está preso em uma cruz ou está tão distante que o melhor é recorrer ao paliativo. É necessário abrirmos nossas mentes e, mais ainda, o coração para crer em Jesus, para crer na Verdade, pois ela liberta!

Pense nisso.

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A missão de servir a Deus

A missão de servir a Deus

Jesus no seu evangelho em Mateus 10:37 diz:

“Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim não é digno de mim; quem ama seu filho ou sua filha mais do que a mim não é digno de mim.”

A maior parte dos evangelhos fala de amor, compaixão, humildade e várias outras palavras de encorajamento e renúncia. Mas, Jesus neste capítulo mostra uma outra face do seu ministério. Um pouco antes, no versículo 34 deste mesmo capítulo, Jesus diz:

“Não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas espada.”

Esses dois versos mostram o tamanho da seriedade que é SERVIR a Jesus de verdade. Quando queremos obedecer aos ensinos de Jesus há um conflito real entre nossos interesses e os interesses de Deus.

Quando Jesus nos chama a servi-Lo, nossa família e tudo aquilo que mais amamos e temos apego é colocado em “xeque”.

Pensamos mais em nós do que em Deus. Preocupamo-nos mais com a nossa família do que com Deus. Obedecemos nossos pais e queremos que nossos filhos nos obedeçam, mas não obedecemos a Deus. Pesquisamos e lemos livros para entender e aprender como cuidar dos nossos filhos e dos nossos pais idosos, mas não queremos ler sobre como agradar, reverenciar e servir a Deus.

Diante disso, Deus sempre está em último plano em nossas vidas e, consequentemente, sabemos tão pouco sobre Ele e sobre a Salvação.

Creio que seja pelo apego excessivo que temos a tudo o que é deste mundo, que Jesus é extremamente duro. Não temos como amar a Deus e as coisas desta terra da mesma forma. Deus precisa ser o primeiro em tudo, mesmo que seja necessário sacrificar a quem amamos por amor a Ele.

Pense nisso!

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Tudo pela santidade

Tudo pela santidade

Se um dos teus olhos te faz tropeçar, arranca-o e lança-o fora de ti; melhor é entrares na vida com um só dos teus olhos do que, tendo dois, seres lançado no inferno de fogo. (Mateus 18:9).

Durante os Jogos Paralímpicos – Rio 2016 pude contemplar um atleta fazer algo incrível: jogar tênis em uma cadeira de rodas. Nunca tinha visto algo semelhante e confesso que fiquei intrigado para saber como seria a partida.

O esforço é quase desumano. Com uma mão se segura uma raquete e com a outra gira-se a roda da cadeira com movimentos rodopiantes em alta velocidade que quase levam à queda. Tudo para acertar uma bola de tênis.

A cena se repetiu por dezenas, senão centenas, de vezes durante a partida. E o sabor de cada acerto e cada ponto me faziam refletir o quão capaz era aquele homem em meio  à deficiência física e limitação.

Percebi que o atleta paralímpico fez muito mais do que eu, que não tenho limitações físicas. A habilidade dele em fazer diversas funções ao mesmo tempo me fascinou e, olhando para mim, percebi que não chegaria a fazer nem 10% do que ele fez.

O que fica para refletirmos diante disso tudo é a nossa displicência em dizer que não somos capazes ou que não conseguimos fazer algo que Deus nos ordenou. Colocamos nossas limitações egocentristas para justificar uma incapacidade que não existe, somente em nosso profundo ego.

Não queremos, não nos esforçamos como devemos, não buscamos como precisamos, não vamos até o limite das nossas forças por algo vital que é nossa santidade. Quando agimos assim, não há palavras que possam classificar nossa atitude humanista.

Para aquele atleta, muitos foram os ‘nãos’ e as palavras desmotivadoras como: “Você não pode, você não tem condição, você não vai conseguir ou isso não tem jeito”. Mas, ele superou os obstáculos, as barreiras físicas, intelectuais, psicológicas e biológicas, tudo por um sonho.

E nós? Será que temos lutado com todas as nossas forças para superar nossa deficiência, que é o pecado, em prol da nossa santidade? A salvação nos foi concedida por Cristo, mas se faz necessário lutar até o último momento, até a última oportunidade para sermos santos. Precisamos lutar contra o pecado, que é a nossa maior deficiência e que nos oprime. Que impede nosso crescimento espiritual, que nos afasta de Deus e de viver uma vida santa e que nos impede de pregar o evangelho.

Mesmo da arquibancada, pude notar que ao final da partida havia uma alegria no rosto de ambos os jogadores: vencedor e perdedor. E essa alegria não era pela vitória e nem pela derrota, mas porque provaram para si e para todos os que estavam assistindo que eles conseguem ultrapassar as barreiras e que são iguais a nós – limitados, porém com habilidades extraordinárias.

E, diante disso tudo, você também pode fazer a diferença!

Deus abençoe!

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Missões: para quem?

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Missões: para quem?

Se você está envolvido de alguma forma com missões transculturais, provavelmente ouviu a história de Sophia Miller. Uma mulher, jovem, franzina, solteira, bem sucedida na sua profissão, nova-iorquina, é alcançada pelo Senhor e de imediato viaja até a selva colombiana para anunciar as Boas Novas de salvação em Jesus a uma etnia indígena. Andando pelas matas, chega ao Brasil. Encontra e trabalha em mais de três etnias! Evangeliza, alfabetiza o povo, inicia a tradução do Novo Testamento, planta igrejas, treina liderança, aprende as línguas nativas, nem que seja só um pouco. O que a motivou? Em uma entrevista, ela diz que não teve um chamado, nada de especial aconteceu para convencê-la a fazer o que fez. Ela ouviu uma ordem e obedeceu.

Há várias passagens nas Escrituras que mostram que o chamado é aquele momento em que Deus nos resgata das trevas para a maravilhosa luz do Seu Filho Jesus. Como diz Paulo, em Romanos 1, versículo 5 e 6 por intermédio de quem viemos a receber graça e apostolado por amor do seu nome, para a obediência por fé, entre todos os gentios, de cujo número sois também vós, chamados para serdes de Jesus Cristo.

Todos os crentes, portanto, salvos em Jesus Cristo, são chamados para evangelizar, para serem missionários! Não é uma opção, não é o que fazemos nas nossas horas vagas. Faz parte de quem nós somos.

“Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra.” (Atos 1:8)

Em Atos, até o capítulo 8, vemos a história da Igreja primitiva. Como ela foi se organizando para cumprir o seu chamado. Perseverança em oração, o recebimento do Espírito Santo e o sinal de que a partir daquele momento todas as nações deveriam ouvir a Palavra de Deus em suas próprias línguas. Vemos os novos convertidos, a vida comunitária, a pregação do Evangelho, o sofrimento decorrente da obediência (Pedro e João foram presos, por exemplo). Houve o levantamento de ofertas, a prisão dos apóstolos e o açoitamento de muitos deles. Homens foram treinados para os serviços na comunidade. Estevão foi martirizado e a Igreja perseguida.

Até aqui tudo isso se passou em Jerusalém. No capítulo 8, vemos que a perseguição fez com que todos os discípulos fossem dispersos, pregando a Palavra. Felipe vai pra Samaria e lá prega a Palavra. Depois, Deus manda Felipe para o território ao sul da Judeia, onde ele encontra um etíope que precisa de ajuda para compreender as Escrituras. A partir daí, a Palavra é anunciada em todos os territórios, a todos os povos e até hoje a Palavra deve ser pregada tanto em Jerusalém, onde a igreja está, como nos confins da terra, onde a igreja ainda não está. O campo é o mundo!

Deus te alcançou? Ele te chamou para ser Dele? Ele te deu uma ordem! O que você tem feito?

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Nenhuma batalha é vencida sozinha

Closeup of hand pulling the rope in tug of war game

Nenhuma batalha é vencida sozinha

Fazendo uma reflexão na passagem do livro de Êxodo 17:8-16, vejo o quanto erramos em acreditar que algumas batalhas, senão todas, são vencidas sozinhas.

Na passagem acima, vemos o povo de Israel lutando com os amalequitas. A batalha era inevitável entre um exército preparado e forte: os amalequitas, e um grupo de pessoas despreparadas militarmente: os israelitas. O ‘forte’ contra o ‘fraco’, o ‘capaz’ contra o ‘incapaz’. Moisés ordenou a Josué que escolhesse homens e saísse ao encontro de Amaleque, enquanto ele (Moisés), Arão e Hur subiriam para o alto de um monte. 

Enquanto Josué estava na frente da batalha, Moisés estava no alto do monte com suas mãos erguidas. Enquanto as mãos permaneciam levantadas, Israel vencia a batalha. Mas, quando as mãos abaixavam, Israel era derrotado. Desta forma, Arão e Hur colocaram uma pedra para Moisés sentar e eles seguraram os braços de Moisés até Israel vencer completamente a batalha.

Esta breve passagem traz para nós um aprendizado imenso: a impossibilidade de vencer uma batalha sozinho. Não tem como, isso é impossível. Por mais que alguém vire para você e diga que há batalhas que você deve passar sozinho, isso é uma mentira.

O texto nos ensina que há uma diferença entre estar à frente da batalha como Josué estava e estar na retaguarda da batalha como Moisés estava.

Nenhuma batalha particular deve ser guerreada por outra pessoa, uma vez que você mesmo deve enfrentar todos os obstáculos que Deus propõe para seu crescimento. Mas, em nenhum momento Deus impede que sejamos auxiliados por uma liderança. Pelo contrário, é vital que os líderes espirituais, o pastor, faça o papel de Moisés.

Josué aqui simboliza as ovelhas. Pequeninas, frágeis e limitadas que, muitas vezes, entram em batalha, mas não tem uma visão ampla e profunda da situação. Josué precisou de Moisés. Não na frente da batalha, mas em oração, dando suporte, aconselhando, observando, vivendo junto o problema.

Moisés não abandonou Josué, dizendo que era dever dele vencer os amalequitas sozinho. Pelo contrário, Moisés foi junto com Josué para a batalha e subiu ao lugar mais alto para ver todo o problema sob uma outra perspectiva.

Moisés simboliza o pastor de ovelhas. Àquele que tem uma visão muito mais ampla dos problemas e também uma capacidade maior, dada por Deus, para conduzir as ovelhas ao caminho correto. É o pastor que permanece com os braços erguidos dando sustentação e proteção para as ovelhas.

Trazendo tudo isso para nossos dias, o que não faltam são ovelhas – como Josué e o povo de Israel – batalhando contra os amalequitas no dia-a-dia. Aí eu pergunto: será que temos líderes como Moisés? Será que temos pastores que estão dispostos a cuidar de ovelhas, mesmo que essas ovelhas não sejam do seu rebanho?

Jesus quando pergunta para Pedro: “Tu me amas?” e Pedro responde: “Sim”, Jesus diz: “Apascenta as minhas ovelhas”. Jesus não diz: “Apascenta só algumas ovelhas, ou apascenta só as ovelhas brancas, ou as ovelhas negras.” Ele diz: “Apascenta as minhas ovelhas”.

Hoje, há uma escassez de pastores dispostos a apascentar as ovelhas. Não há mais pastores dispostos a se envolverem com os problemas das ovelhas. Eles não querem batalhar com elas, não querem permanecer durante toda a batalha com os braços erguidos para que a ovelha vença a batalha. O que eles querem é apenas a lã das ovelhas. Apenas o que elas podem dar a ele.

Quando isso ocorre, vejo o quanto Deus em sua misericórdia toma a frente e cuida dessas ovelhas sem pastor. O Eterno Deus se faz pastor e direciona, capacita, sustenta, cuida das feridas, luta contra as feras e lobos e traz para o seu pasto para dar alimento fresco.

Se você foi abandonado pelo seu pastor, não fique triste. Deus cuidará de você com excelência.

Pense nisso!

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